sábado, 30 de novembro de 2024

Os tratados do entendimento humano

 

Existem três tratados do Entendimento Humano,que refletem as conquistas da ciência no século XVII e principalmente no dezoito:os de Locke,Hume e Leibnitz.

Os dois últimos procuram criticar a  visão ultra empirista de Locke.Hume chega a ridicularizar este autor por sua concepção.

A concepção de Locke contém inicialmente o erro de submeter tudo à objetividade,a uma experiência humana ,da qual o homem seria dependente.

Nelson Rodrigues chamaria Locke de “ idiota da objetividade” e Benjamin Franklin afirmava que “ a experiência é a inteligência dos tolos” .E eu diria que Engels está nesta categoria aí(ou nas duas),quando diz ,como conceito epistemológico básico “ a prova do pudim está em comê-lo”.

Há certas aptidões pré-dadas,no homem e na natureza.Eu já me referi a isto,com exemplos.Eu tinha uma gatinha em casa que ,laqueada depois da primeira ninhada,que ficava trazendo folhas para gatinhos imaginários;o leão passa 9 meses sem se importar com a leoa:durante um certo período ,pré-dado(pela natureza)a fêmea solta os feromônios e o macho fica em cima dela até que o ciclo natural se finde e se complete.

Do ponto de vista imediato esta programação está dada, “ antes dos sentidos”;não apartada deles,mas se põe junto com eles e preeminentemente.

O fogo queima;um cavalo é bom,um piolho não.O ser humano não precisa comer um piolho para saber se carne é melhor.

Em termos imediatos é assim que funciona e a experiência tem um papel limitado.Mas em termos mediatos,dir-se-ia ,sociais, ela joga um papel importante.


 

domingo, 24 de novembro de 2024

A matemática de o Capital VI

 


Ao analisar os problemas da dialética no Capital me chamou a atenção,de imediato, o porquê a matemática não mostrou a Marx que o seu sistema explicativo não podia ser fechado,bem como o mundo real.

A matemática  não é dialética no sentido de uma “ dialética da natureza” ou a “ dialética do Ser”.Ela poderia ter mostrado a ele os erros que cometia ao escrever o Capital.

Lendo os seus manuscritos matemáticos e alguns estudiosos do tema ,como eu,vejo porque ele não viu os seus limites.

Em primeiro lugar ele queria fazer uma dialética matemática que acompanhasse o objeto de seus estudos.Porque não conseguiu?

A história dos manuscritos matemáticos de Marx foi abordada pelos soviéticos  e por autores brasileiros.Cito os dois agora:

quarta-feira, 20 de novembro de 2024

Série Livros soviéticos

 

A partir de hoje eu inauguro uma outra série de análises.Peguei os meus livros soviéticos em minha biblioteca e resolvi dar uma repassada neles ,para ver os seus acertos e incongruências.

A incongruência tem a ver com o dogmatismo stalinista ,representado na visão da dialética,que,vira e mexe,distorce alguns conceitos emitidos.

Os acertos se referem ao diálogo destes manuais com algumas conquistas filosóficas do ocidente.

Então a minha procura,que tem um significado de revisão da minha vida intelectual,servirá,penso,de testemunho para gerações futuras não caírem em certas propostas,sem antes examinar bem.

Eu fiquei oscilando entre a filosofia,que sempre me chamou,e o marxismo,no final dos anos 70 do século passado e o inicio dos 80.Privilegiava o marxismo por causa do seu responsabilismo politico e social ,que se sobrepunha à verdade dos fundamentos.

Por questões pessoais,mas também por notar incongruências no marxismo,que me foram mostradas na minha militância,que datava desta época ,progressivamente me encaminhei  para a filosofia definitivamente.

Perdi leitura sistemática,que teria começado no final dos setenta,como disse.Mas antes tarde do que nunca.

Penso que este percurso é comum na militância jovem do passado e de muitos militantes em outros períodos anteriores.

Logo esta minha serie visa recolocar as coisas no devido lugar,inclusive o marxismo,no afã de prescrutar o seu futuro(se há).

Apesar de já ter provado que o socialismo real não tem a ver com Marx ,as relações com ele foram desenvolvidas dentro deste regime e ver as consequências e possibilidades disto compõe estas minhas premissas de trabalho.

O primeiro livro é “Subject Object Cognition” de V.A.Letkorsky,que trata de um problema básico:o nexo cognitivo.



sexta-feira, 15 de novembro de 2024

As mentes “superiores”

 

Analiso,como professor,as mentes de algumas cabeças “ superiores” para demonstrar algumas questões pedagógicas  importantes.

A primeira delas é que a distância entre elas e o homem comum não é tão grande. A segunda é que a atividade criativa não é sozinha, mas coletiva e que tem o concurso eventual destas pessoas “comuns”.

Mas  a terceira  questão é a que mais me interessa:analisar como se chega a determinadas descobertas ou criações.

Ler o pensamento de Deus foi em grande parte o escopo das vidas destas “ mentes brilhantes”,como Newton,Kepler.

Mas hoje,quero dizer do século XIX para cá, ler a mente de homens de carne e osso é mais importante porque revela as suas qualidades,mas também os seus condicionamentos humanos e sociais,o que faz abrir portas da compreensão e da realização por parte de outras pessoas.

Já há bastante tempo venho trabalhando neste tema  e escrevi um livro sobre ele “ o High Society Histórico”,em que já analisava esta problemática ,em seus diversos aspectos.

Naquele momento eu foquei na questão do “ festejo” em torno destes realizadores,que serve a propósitos políticos e financeiros,bem como,naturalmente,de poder,em volta destas “ personalidades”.

Agora eu foco no pensamento propriamente dito destes criadores e descobridores para fomentar o interesse de todos,acabar com o incensamento e tornar a realização como o centro das atenções.

Uma vez,em meio a jumentos vermelhos(que os há) disse que meu gênero de literatura preferida era a biografia e recebi criticas à minha “ egocentria”.

Mas ao ser professor os exemplos edificantes das trajetórias individuais me ajudaram muito na minha profissão.

 

domingo, 10 de novembro de 2024

Aristóteles e os Eleatas

 

Estas  distorções,  que certos manuais de filosofia causam na análise dos filósofos ,adquire aspecto escandaloso no caso de Aristóteles.

Normalmente,por causa das concepções aristotélicas do movimento, sempre se o associa com o eleatismo e as homeomerias de Zenão:a tartaruga e a lebre e a do calcanhar de Aquiles.

Relembrando e usando o diagrama tradicional do tempo e do movimento:



Aquiles jamais alcançaria a tartaruga se tivesse sempre que percorrer primeiro a metade do caminho restante.

Ou como no meu modelo:


Quando a primeira figura se movimenta a segunda já se movimentou ,bem como as outras,de modo que não há como se alcançá-la.

Mas no caso de Aristóteles este paradoxo não vale,porque ele admite formas de movimento.

Zenão tem mais a ver com Parmênides e Platão d que com Aristóteles.