quarta-feira, 15 de janeiro de 2025

Aristóteles E o materialismo

 

Nos antigos manuais soviéticos o termo sub stanz  de Aristóteles, “substância”,denotando aquilo que está sob a forma do Ser,era tido como vazio,abstrato, metafisico .

Isto porque o que designa de fato a substância é a matéria ,nas suas diversas manifestações.E com  o passar do tempo o próprio termo passou a designar algo real,concreto,material:algo substantivo ,conteudistico.

Mas se nós observarmos este elenco de palavras que surgiu aí,nós voltamos àquela assertiva feita por mim anos atrás:o termo matéria é genérico e não expressa muita coisa,a não ser algo comum a estas palavras todas.

No real existem muitas denominações da matéria:concreto diz respeito a uma coisa;real,outra;conteudistico mais outra;o próprio termo substantivo ;mas,em termos,o objeto,a coisa e assim sucessivamente,dando razão a Aristóteles,contra o reducionismo canhestro e tacanho dos manuais.

É em função da forma  e da própria realidade que se pode e deve elencar modos da substância.

Além do mais, o próprio termo matéria acaba ficando coetâneo dos outros ,quando a sua generalidade se manifesta em alguma coisa.

E estes termos podem coexistir:o que é material é concreto,mas nem tudo o que é concreto é material:as relações concretas da sociedade,embora tenham algo de material não o são só.

Por isso o materialismo,como dizia Leandro Konder,é meramente constatativo,isto é,não é mais do que o reconhecimento da realidade genérica da physis,que só é compreensível,indo além dela(meta physica),tomando e compreendendo as suas múltiplas manifestações.

Sendo só generalidade,tudo que converge para ela,a materialidade, é falso,é ideologia no sentido de falsa consciência.

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