quinta-feira, 28 de agosto de 2025

Porque falo em Utopia II

 

Foi Marcuse quem colocou o problema de se superar a visão cientificista do marxismo,exposta principalmente por Engels,em “ Do socialismo utópico ao socialismo cientifico”,que dá conta de que após o socialismo utópico vem o científico.

Mas nós vimos que não é assim,não só pelos descaminhos do socialismo (“cientifico”),mas também pelas possibilidades contidas no termo genérico utopia e na própria realidade,que como coloquei no artigo anterior,apresenta problemas não resolvidos até hoje.

Chegou a hora de responder às perguntas do artigo anterior:quem garante que a iniciativa privada irá desaparecer?A empresa vai desaparecer?O mercado?O direito?

Partindo do pressuposto de que o homem tem uma natureza e características próprias desta natureza,não se pode deslindar os seus maiores problemas com uma concepção e um ato de vontade.

E já vimos que não está contido no teorema alienação\desalienação a resolução final dos problemas humanos,porque movimento nenhum está pré-dado.

O homem não vai se encontrar consigo mesmo,agindo segundo a vontade.Ele constrói o caminho onde criará as condições para ocupar-se de si mesmo:o tempo livre.

Ocorrendo o tempo livre,repito,quem garante que algumas formas de existência do capitalismo não permaneçam,ainda que modificadas?

Por este motivo não existe uma utopia pronta ,mas alguns elementos básicos a discutir e outros a construir,como num novo pacto da humanidade,humanitário.

A desigualdade,por exemplo,trará enormes problemas,porque nem todos aceitarão e um modo de convencimento há que construir.

Diminuir a distância entre as pessoas e elevar a base social de riqueza ajudam,mas isto,em princípio não garante,repito ,que as diferenças de capacidade não contaminem o solidarismo humano esperado no futuro.

Como prever agora um futuro perfeito?Se existe?



Nenhum comentário:

Postar um comentário