O segundo problema aventado acima é o da pedra de toque da dialética.Existem várias dialéticas,mas o que a define fundamentalmente é a oposição básica entre dois termos,supostamente reais ou mentais(produtos da consciência).
Leandro Konder ,em seu livro sobre Hegel,faz a analogia com o “dia”.
Esta palavra “ dia” tem a ver com o dia,de cotidiano:ele significa a translação do sol de um ponto de ascensão para o de chegada no horizonte;dia quer dizer esta passagem de um ponto a outro que se opõem.Lética,vem de “ aletheia”,verdade.
A busca da verdade por um processo de oposição minima entre dois pontos.A construção de algo entre eles é a dialética.
Em meio às várias formas de dialética o ponto essencial é que o movimento tem que ser explicado.E a condição é que um ponto se explica pelo outro.
Em Platão a racionalidade se opõe à sensibilidade,que é o seu contrário(persiste a discussão se em Platão existe uma dialética[mas o método é dialético]).
Neste duplo,existe já a negação do primeiro termo,dir-se-ia ,a tese:a antítese é a sensibilidade,mas podemos fazer ao contrário.
Uma das características da dialética é que podemos começar de qualquer lado para “produzir” e compreender o movimento,mas na verdade na dialética de Hegel sempre existe um ponto de partida,uma tese,que é “contestado” por uma antitese,mas o movimento tende a diluir esta preeminência.
Hegel cria um ser que se movimenta pelo seu oposto ou não-ser :o oposto de macho é fêmea,que gera a sintese do filho.No caso do finito e do infinito,seguindo a dedução racional(Aristóteles),este segundo precede o primeiro,dentro do conceito de totalidade.
Mas outros dialéticos reformulam o conceito de dialética:David Straus coloca a triade cristã,pai,filho e espirito santo ou na ordem pai,deus-pai,espirito santo e filho(Cristo).
Se olharmos bem não há oposição entre deus e ES e com o filho que também é deus ,a não ser colocando o epiteto pai e filho,mas mesmo assim o espirito santo não não-deus,mas “diferente”.Se a relação se dá entre deus e maria,é entre macho e fêmea e gera um filho humano\deus,mas Maria não é Deus.
Outra forma de dialética é a de Proudhon ,com os conjuntos práticos,que Sartre reinvindicou para si,mas que são de Proudhon.
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