sábado, 8 de novembro de 2025

Não existe totalidade absoluta

 

No pensamento de Hegel a totalidade é vista como coincidente com absoluto,com o Ser em geral.Mas,lembrando Kant,não há principio que se identifique totalmente com o absoluto.

A totalidade é construída e limitada.Ela diz mais respeito à ciência ,com um objeto formal de investigação,do que à filosofia,mas Hegel a extende para esta última.

A totalidade particular,científica,tudo bem,mas na filosofia apresenta problemas e perigos.

A generalidade filosófica não tem como ser abarcada ,como dissemos,pela totalidade.Muito embora Hegel não associe a totalidade ao gênero,considera a filosofia como ciência e que ,portanto,possui um objeto formal, a ser restituido pela linguagem.(ciência da lógica dialética).

Há uma diferença entre a totalidade legitima e totalitária,que seria aquela,esta última,que extrapola os limites da totalidade construida,segundo critérios objetivos.

Ainda que seja possível fazer,na filosofia ,uma totalidade,há que ter cuidados para ela não se tornar uma totalidade absoluta.

O absoluto é só uma verdade subjetiva psicológica,uma “queda” no dizer de Kierkegaard.

Já falei muito sobre esta limitação de Hegel não reconhecida por ele.Daí é que vinha o seu pânico com relação à dialética,como pontuou Leandro Konder ,que era o pânico de controlar o movimento.

A totalidade de tudo o que existe,do Ser,é impossivel.A dialética mesmo é impossivel de acompanhar,pois suas leis são sempre ultrapassadas pelo movimento real.

Mas nesta problemática entre totalidade legitima e totalitária,ou seja,que se impõe existe algo muito sério,porque se a totalidade fica nos seus limites ela acaba com o movimento e por isso a totalidade que vai além destas linhas ,é necessária,como negação da legitima,para que tudo continue.

Contudo,isto não elimina o que eu disse ,que não existe totalidade absoluta,bem como o absoluto.



Nenhum comentário:

Postar um comentário