segunda-feira, 13 de maio de 2024

Dicionários O anti-humanismo teórico Bottomore.

 

Um dos verbetes mais importantes do dicionário marxista de Bottomore é sobre o anti-humanismo teórico,interpretação de Althusser,que extraiu das obras de maturidade de Marx um anti-idealismo concreto,que apresentaria a verdade como algo oposto às idéias e  ás formas.

Era uma tendencia de época(inclusive de Nietzsche)contrapor o mundo real às abstrações.E em favor do mundo as abstrações eram vistas como metafísica,que pretendia apreender o movimento do real sem ,no entanto,consegui-lo.Até porque impossível,dadas estas premissas.

Contudo a escolha deste mundo real se escuda muito na rejeição da idealização.O ideal é visto agora como “ distorção” do mundo.É uma das consequencias do “ desencantamento do mundo”,no limiar da sociedade moderna,dinâmica,por oposição à “ anterior” arcaica.

O ideal,porém,não é  a mesma coisa que a abstração.Em Marx existe um uso da abstração como meio de chegar ao (seu) “concreto de pensamento”.

Assim é discutível a hermenêutica althusseriana que ele defenda a necessidade de recusa de um conceito de “ humanidade”.Como idealização é possível,mas como um conceito abstrato não.

Claro que esta proposição de Althusser s e insere no problema,colocado por ele, do “jovem e velho Marx”,pois,no primeiro havia lá um conceito claro de humanidade.

Aparentemente o “ velho” rejeitou-o,mas como mostrou Konder em “ marxismo e alienação”,Marx não substituiu a alienação pelo “ fetichismo da mercadoria”,apenas considerava que a sua superação se daria com a  transformação do modo de produção.

E até recentemente o objetivo dele era que a humanidade se tornasse um gênero “ real”,ou seja,sem divisões de classe,sem distorções próprias de um modo de produção alienante e explorador,como (entre outros)o capitalista.

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