Um
dos verbetes mais importantes do dicionário marxista de Bottomore é sobre o
anti-humanismo teórico,interpretação de Althusser,que extraiu das obras de
maturidade de Marx um anti-idealismo concreto,que apresentaria a verdade como
algo oposto às idéias e ás formas.
Era
uma tendencia de época(inclusive de Nietzsche)contrapor o mundo real às abstrações.E
em favor do mundo as abstrações eram vistas como metafísica,que pretendia apreender
o movimento do real sem ,no entanto,consegui-lo.Até porque impossível,dadas
estas premissas.
Contudo
a escolha deste mundo real se escuda muito na rejeição da idealização.O ideal é
visto agora como “ distorção” do mundo.É uma das consequencias do “
desencantamento do mundo”,no limiar da sociedade moderna,dinâmica,por oposição à
“ anterior” arcaica.
O
ideal,porém,não é a mesma coisa que a
abstração.Em Marx existe um uso da abstração como meio de chegar ao (seu) “concreto
de pensamento”.
Assim
é discutível a hermenêutica althusseriana que ele defenda a necessidade de
recusa de um conceito de “ humanidade”.Como idealização é possível,mas como um
conceito abstrato não.
Claro
que esta proposição de Althusser s e insere no problema,colocado por ele, do “jovem
e velho Marx”,pois,no primeiro havia lá um conceito claro de humanidade.
Aparentemente
o “ velho” rejeitou-o,mas como mostrou Konder em “ marxismo e alienação”,Marx
não substituiu a alienação pelo “ fetichismo da mercadoria”,apenas considerava
que a sua superação se daria com a
transformação do modo de produção.
E
até recentemente o objetivo dele era que a humanidade se tornasse um gênero “
real”,ou seja,sem divisões de classe,sem distorções próprias de um modo de
produção alienante e explorador,como (entre outros)o capitalista.
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