segunda-feira, 1 de julho de 2024

Em torno a Marx V

 

Sem fazer citações ainda fica claro para mim,da leitura da biografia citada no ultimo artigo,que Marx não deixou totalmente Feuerbach de lado.

A famosa inversão é a proposta por este filósofo ,que aprofunda uma idéia que vem de um pré-socrático menos conhecido:Xenófanes de Colofão.Que disse que se os homens fossem como cavalos os deuses o seriam.

Já este filosofo antigo expressara a idéia de que os deuses ,ou a sagrada família,são projeções dos homens aqui na terra.

Até uma certa época foi absolutamente natural para os homens formar mitos.O mito derivava da linguagem do primitivo,que nomeava as coisas do mundo e “ acreditava” que elas estavam fora dele e que ,como forças independentes ,deveriam guiar a atividade humana.

Entre a nomeação e a “ crença” neste papel  vai uma discussão muito complexa,mas o ato de admitir que não é da objetividade para a subjetividade ,mas o contrário ,foi algo extremamente difícil e penoso,mas que s e viabiliza quando a razão pode atuar.

Feuerbach vai adiante daquilo que se conhece de Xenófanes e acaba por influenciar Marx,que sempre trabalhou com esta inversão ,do céu para a terra,que ele achou que estava em Hegel e que consagra o desconhecimento,por parte dele,das idéias autônomas da subjetividade,como Kant já entendera.

Este erro boçalizou o materialismo de Marx,deixando-o tão “passivo” como o do século XVIII.

Ainda que quando se diz isto ,todo radical invoque o próprio Marx,para lembrar da “prática”,do “ trabalho”,estes beócios não entendem que o homem não se reduz às suas carências e ao trabalho,possuindo autonomia subjetiva,que Marx não extraiu de sua famosa frase ,constante da “Crítica à filosofia do direito de Hegel”: “ A religião é ópio do povo;o respiro da criatura oprimida,o coração de um mundo sem coração”.

Ele podia ter analisado o significado autônomo deste “ respiro” e dado mais importância às razões do coração.

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