quinta-feira, 29 de agosto de 2024

Para entender os filósofos (vários)

Quando comecei a estudar filosofia, nos idos dos anos 70, topei com Caio Prado Junior, que nesta área era e é muito atrelado ao marxismo ortodoxo stalinista.

No entanto, alguns truques aprendi com ele para abordar filósofos e temas filosóficos. Não sei se foi ele ou meu pai que me trouxe esta imagem abaixo:

Por ela tive grandes sucessos pedagógicos como professor e aluno e hoje vejo-a como um meio de entender carradas de problemas filosóficos: a questão do tempo para os filósofos como Aristóteles e Descartes; a visão parmenídica e eleata do tempo(e sua influência sobre estes filósofos); a natureza do tempo e as múltiplas visões, como a de Santo Agostinho; questão do instante nos filósofos modernos, mas especialmente em Descartes; relações entre tempo e movimento, na filosofia e na ciência; os padrões racionais; a questão do nada; a questão da dialética (entre um termo e outro) e outras questões de que depois falarei.

Então, este pequeno diagrama ou modelo desencadeia uma série de discussões científicas e filosóficas e serve para a construção de outros modelos mais complexos.

Neste escaninho, abordarei estes problemas a partir dele e desenvolverei estes novos diagramas.

O primeiro filósofo de cuja abordagem nasceu esta minha ideia é Aristóteles: a concepção do tempo e a sua padronização racional. No próximo artigo.

 



O coletivismo e o problema Da liberdade e autonomia individuais

 

A minha defesa da liberdade se faz a partir do conceito (de esquerda) de coletivismo, um paroxismo do socialismo, sua base e condição de reprodução.

Tratarei em próximo artigo destes conceitos sutis, mas agora aspiro ver as consequências mais funestas do coletivismo e como ele se une ao conceito de Hannah Arendt de “banalidade do mal”(pela esquerda).

Igualar as pessoas todas em torno de um ideal permanente já vimos ser um erro, porque não é assim o real, o real humano.

Contudo, se identifica bem a teratologia escondida nesta prática por suas consequências: enquanto os padrões se impõem (e é da sua natureza se impor), toda a individualidade ou se adapta ou não é reconhecida (em seus direitos).

Se existem pessoas pobres, abandonadas, crianças abandonadas, aquele que possui uma condição melhor não tem o direito de aventar problemas individuais e pedir ajuda.

A autonomia dos problemas individuais, principalmente na esquerda (e esquerda stalinista), é vista como egoísmo, egocentrismo, em face da miséria humana em volta.

Mas, na verdade, o egoísmo provém de quem se beneficia desta padronização coletiva: todos somos iguais e não há problemas porque a vanguarda se prontifica a resolvê-los definitivamente. Então, cale a boca! Não jogue conversa fora!

No dia em que todos estiverem na utopia, poderá haver liberdade pessoal, individual, mas enquanto não (e nós prolongaremos isto), cale a boca!

O mecanismo do coletivismo funciona assim.

 

terça-feira, 27 de agosto de 2024

Em torno de Napoleão I E a Napoleão III O tio e o sobrinho

 

A bem da verdade, a “estratégia” de Napoleão III já estava contida no curso da vida política de seu tio, Napoleão I.

Só que neste último caso, não havia um propósito de caminhar para o império dado de antemão. Não se infere do Napoleão republicano, cônsul, uma expectativa de chegar ao Império, até porque isto afastaria muitos apoiadores (como ocorreu de fato depois) e marcaria uma perigosa inflexão de Napoleão em direção ao passado, ao antigo regime, contra a Revolução Francesa, que era a sua base histórica.

O que se sabe é que Talleyrand, compreendendo os impasses da república na França, cada vez mais isolada, e interessado no apoio das classes conservadoras internas do país, forçou o corso a se coroar.

Apesar de o plenipotenciário ter forçado também a execução do Duque d'Enghien, a classe burguesa interna tinha interesses eventuais de aliança com os desejos de Império, que, afinal, atendiam aos interesses nacionais da França e desta classe.

Esta é a origem desta “estratégia” que desemboca em Napoleão III e, a meu ver, em Mussolini e Hitler, que realizaram o mesmo: se aproveitaram do impulso revolucionário de esquerda para tomar o poder. Ao tomá-lo, aliaram-se às classes altas e reprimiram os seus antigos apoiadores.

O caso Mateotti o prova: Mussolini usou como pretexto para reprimir e acabar com seus baderneiros do início, o assassinato de que ele tinha conhecimento.

Hitler chegou ao poder e reprimiu os camisas pardas, por ordem das classes altas, para continuar no poder e seduzi-las com sua proposta de Império, de Reich.

segunda-feira, 26 de agosto de 2024

Os índices como laboratórios

 

Sempre gostei de laboratórios.Quando era pequeno comprei os cientistas e só parei porque meus pais ficaram com medo do uso que eu podia fazer de certos compostos químicos muito perigosos.

E hoje é muito difícil ser um cientista amador.Existem sites e instituições que conectam amadores para ajudar em investigações e pesquisas ,principalmente na área de astronomia.Porque um cientista só, não é capaz de vasculhar o universo inteiro.

Mas isto acontece em outras ciências.

Do ponto de vista psicológico, o laboratório é como Hannah Arendt definiu ,em sua “Condição Humana”:o lugar do labor humano,que é uma atividade diferente do trabalho.

O labor é como produzir uma obra que se pretenda não necessariamente “ visível”,mas duradoura,referencial.

Ela se refere ao “otium cum dignitate”:o ócio dos antigos servia para que realizassem obras duradouras.E que ajudassem ,ainda que indiretamente,a toda a humanidade.

Assim sendo,na medida em que eu não tenho acesso a um laboratório profissional fiz de laboratório os índices de livros,certas revistas pornográficas,a observação das atitudes das pessoas nos estádios de futebol e em algumas revistas em que é possível ver e a analisar as coletividades.

Este meu procedimento não é livro.O trabalho com os livros,a pesquisa nos livros é moeda corrente nos mestrados e doutorados,mas eu nunca vi uma disposição constante e profissional quanto a este labor.

E de uma certa maneira tal labor tem muita a ver com a alquimia(produzir uma obra) e com as guildas do passado, e por isto muita gente o rejeita,por causa da falta de cientificidade e também porque isto implica necessariamente em não ler,em se recusar a ler,integralmente.

Mas deste ultimo conceito,trato no próximo artigo.

 

sexta-feira, 23 de agosto de 2024

As categorias e termos rigorosos de Marx

 

Aqui neste texto, tanto tempo esperado sobre os termos usados em seu primeiro volume, procuro fazer uma experiência de escrita que eu chamo “estrutural”. Como é isto?

Eu o chamo de projeto chavinhas:não gosto destes autores que vivem interpondo chaves ,parêntesis no texto.No máximo no final da página.

Mas lendo O Capital encontrei uma razão para tal:todos sabemos que O capital é a origem do estruturalismo ,tão criticado.

Ele é como uma estrutura de abordagem do processo do capitalismo,do seu movimento.

Neste sentido eu quero usar o capital,através de seu índice,como um laboratório cientifico,contendo os mais diversos temas.

Aqui e agora eu inauguro o escaninho “ laboratório”que eu explicarei fazendo.

O Capital,Vol.1 é suficiente para se compreender as teses fundamentais de Marx.Os outros volumes são preparatórios,embora tenham sido publicados depois.

Mas diante dos debates e duvidas surgidas em torno do Capital,estes volumes se tornaram mais do que úteis para se entender todo o Capital.




Artigos em outras linguas

 Dentro do escaninho da tradução eu apresento os artigos que eu envio para o exterior,nas linguas que u aprendi,inglês,francês  espanhol.

La pensée de Sartre par rapport au marxisme

Sartre est un philosophe très important du XXe siècle, même si je pense qu'il a développé des concepts originaux élaborés par Gabriel Marcel, par exemple. L'existentialisme est une création de Kierkegaard et de Dostoïevski, entre autres, mais il est devenu laïc et athée avec Gabriel Marcel. Avec cette influence et celle d'autres, Sartre commence son voyage vers le monde réel où il rencontre le marxisme, voulant l'ajouter à son projet. À proprement parler, il a tenté d’unir une perspective collective (bien que non collectiviste) avec une perspective individuelle, située dans l’individu humain et ses problèmes. Pour ma part, c'est impossible et seule la naïveté politique de Sartre, ainsi que sa méconnaissance des éléments fondamentaux de Marx, expliquent son intention, qui à mon avis est mort-née.

Pensant toujours en termes philosophiques, Sartre a prononcé un discours apparemment cohérent avec le marxisme, cependant il a été piégé par une illusion qui unissait le principe de volonté et celui de savoir. Seul ce lien moniste reflète sa confiance dans le « projet ». Sa devise selon laquelle l'homme doit se projeter se heurte au marxisme dont l'idée de libération est collective, générale et non individuelle. Il y a ceux qui y parviennent parce qu’ils ont les conditions matérielles pour le faire, tandis que d’autres ne le font pas. Ce n’est que lorsque chacun pourra avancer vers la terre promise que l’homme sera considéré comme ce qu’il a « conçu pour être ».


 


quinta-feira, 22 de agosto de 2024

tradução

                                                             

Amigos eu inauguro agora um novo escaninho sobre as minhas traduções .eu vou fazê-las aos poucos e as comento aqui.começo com o livro de tisiolkovski aobre os aparelhos capazes de levar o homem à lua e aos planetas.tsiolkovski em termos abstratos fez o quê robert godard,em práticos.criar as condições para levar o homem para o espaço sideral e neste processo de tradução vou discutindo as questões atrinentes ao tema.

                                                                Investigation of

World Spaces by

Reactive Vehicles

(1903)

1. Small-size unmanned balloons with automatic observational

instruments have risen only to an altitude not exceeding 20 versts.

Difficulties of going up by means of balloons increase

extraordinarily fast with increasing altitude.

Suppose we want to send a balloon to an altitude of 27 km

carrying a load of one kilogram. The air at 27 km has a density

about 1/50 that of air under ordinary conditions G60 mm pressure

and

0\302\260C). This means that a balloon at such an altitude will

have to

occupy a volume 50 times greater than below. At sea

level, it is inflated with at least 2 cubic metres of hydrogen,

which at the designated altitude will occupy 100 m3. In this way the

balloon will lift the load of 1 kg, that is, it will lift an automatic

instrument, and the balloon itself will weigh 1 kg or thereabouts.

The surface area of its bag for a diameter of 5.8 m will come

out to at least 103 m2. Hence, each square metre of material

including the attached net will have to weigh 10 g.

One

square metre of writing paper weighs 100 g, while that

of cigarette paper comes out to 50 g, so that even cigarette paper

will be 5 times heavier than the material that should be used

for our balloon. Such material cannot be used for a balloon

because a bag made of it will tear and allow the gas to escape.1

1

Modern synthetic materials have significantly extended the

possibilities of obtaining fine strong fabrics (Editors).

51Large-size balloons may have a thicker bag. Thus, a balloon

of unprecedented diameter E8 m) will have a bag, one square

metre of which weighs about 100 g, which is just a bit heavier

than ordinary writing paper. It will lift a load of 1,000 kg, which

is much too much for a

self-recording instrument.

If for such enormous dimensions of the balloon we confine

ourselves to a lifting force of 1 kg, then the bag can be made

some two times heavier. Generally speaking, in that case the

balloon may be extremely expensive, but still one cannot consider

the construction of such a balloon an impossibility. At an altitude

of 27 km its volume will come to 100,000 m3 with a surface area

of the bag 10,300 m2.

And yet what miserable results! An ascent to only some

25 versts.

What is there to

say about sending instruments to a still greater

height? The dimensions of the balloon will have to be

considerablygreater; but do not forget that as the dimensions of the balloon

increase, the tearing forces acting on the bag will more and more

dominate over the resistance of the material.

Naturally, it is quite inconceivable to lift instruments beyond

the limits of the atmosphere by means of a balloon; from

observations of falling stars it is clear that these limits do not extend

beyond 200-300 km.

 

Investigação do

Mundo Espacial por

Veículos Reativos

(1903)

 

1. Balões não tripulados de pequeno porte com instrumentos de observação automáticos subiram apenas a uma altitude não superior a 20 verstas.

As dificuldades de subir por meio de balões aumentam extraordinariamente rápido com o aumento da altitude.

Suponha que queremos enviar um balão a uma altitude de 27 km carregando uma carga de um quilograma. O ar a 27 km tem uma densidade cerca de 1/50 da do ar em condições normais(760 mm de pressão e a 0 grau centigrados). Isso significa que um balão a tal altitude terá que ocupar um volume 50 vezes maior do que abaixo do nível do mar, e ele é inflado com pelo menos 2 metros cúbicos de hidrogênio,que na altitude designada ocupará 100 m3. Dessa forma, o balão   levantará a carga de 1 kg, ou seja, levantará um instrumento automático, e o balão em si pesará 1 kg ou mais ou menos.

A área de superfície de sua bolsa para um diâmetro de 5,8 m  deverá ser pelo menos 103 m2. Portanto, cada metro quadrado de material incluindo a rede anexada terá que pesar 10 g.

Um metro quadrado de papel de carta pesa 100 g,enquanto o de papel de cigarro sai para 50 g, de modo que mesmo o papel de cigarro será 5 vezes mais pesado do que o material que deveria ser usado para nosso balão. Esse material não pode ser usado para um balão porque uma bolsa feita dele rasgará e permitirá que o gás escape.1

1-Materiais sintéticos modernos ampliaram significativamente as possibilidades de obter tecidos finos e fortes (nota dos editores).

Balões de tamanho grande podem ter uma bolsa mais grossa. Assim, um balão de diâmetro sem precedentes de 8 m) terá uma bolsa, um metro quadrado da qual pesa cerca de 100 g, que é apenas um pouco mais pesado do que papel de carta comum. Ele levantará uma carga de 1.000 kg, o que é muito para um instrumento de autogravação.

Se para tais dimensões enormes do balão nos limitarmos a uma força de elevação de 1 kg, então a bolsa pode ser feita

cerca de duas vezes mais pesada. Em termos gerais, nesse caso o balão pode ser extremamente caro, mas ainda assim não se pode considerar a construção de tal balão uma impossibilidade. A uma altitude de 27 km seu volume chegará a 100.000 m3 com uma área de superfície da bolsa de 10.300 m2.

E ainda assim que resultados miseráveis! Uma subida de apenas 25 verstas.

O que há a dizer sobre enviar instrumentos a uma altura ainda maior? As dimensões do balão terão que ser consideravelmente maiores; mas não se esqueça de que, à medida que as dimensões do balão aumentam, as forças de rasgo que atuam na bolsa irão cada vez mais dominar a resistência do material.

Naturalmente, é bastante inconcebível levantar instrumentos além dos limites da atmosfera por meio de um balão; a partir de observações de estrelas cadentes, fica claro que esses limites não se estendem além de 200-300 km.


terça-feira, 20 de agosto de 2024

Leituras em direito

 

Não foi possível ,ao longo da vida,para mim,criar condições para escrever sobre o direito e a minha referida vida,me levou para outros caminhos,como os leitores estão vendo.

No entanto eu quero manter este contato,porque embora profissionalmente não tenha sido um operador contumaz,o direito se tornou muito importante para mim.

Não consigo divisar a utopia sem o direito.

Quando era radical eu repetia estas baboseiras que estes continuadores aí prosseguem dizendo.

Mas hoje,depois de tantas matanças em nome do meu querido socialismo,do meu querido comunismo,não tenho como separar estes meus amores do direito e do respeito à pessoa humana.

INCLUSIVE das pessoas de classe alta.De modo algum eu sou um santo que pensa ser tudo fácil de fazer e só na paz.O meu sonho é ir sempre da paz para a paz,sem a mediação da violência ou da guerra.

É evidente ,contudo,que nem sempre é possível ou mesmo justo e aí eu admito,sob certas condições,a luta,nestes termos.

Mas faço e farei tudo para que se evite o sangue,principalmente,lógico derivando da utopia,do lado esquerdo, e eu entendo que tal assertiva não é uma criancice ,mas uma necessidade para se garantir uma transição para ela pacifica e segura e que esta paz permaneça nela,dentro dela,para que ela não recue.

O rescaldo das violências vermelhas tem nos atrapalhado até hoje e quiçá reverberem para sempre.Este passado nos condena e nos paralisa e só os desesperados e inconsequentes(sem conhecimento)ainda propugnam pelo mesmo de sempre,causando os mesmos problemas de sempre.

Por isto eu pretendo ler o direito,comentar certos livros,como para ficar ainda “preso” ao inicio de minha vida de estudioso e militante,nos idos dos anos 80.

Continuação e delimitação dos meus estudos sobre Newton

 

Com este artigo anterior eu encerro a análise do método das fluxões porque eventualmente posso retornar a este livro,mas ele já cumpriu o seu papel,que era o de mostrar como funciona o cálculo infinitesimal.

Devo continuar privadamente estes estudos,mas dentro dos textos sobre a matemática,a série “eu e a matemática”.

Então o texto que se apresenta agora é para mostrar as consequencias finais mais importantes para a compreensão de Newton e o seu lugar na História da humanidade e da ciência.

O que Newton realmente fez?No tempo dele já outros físicos tinham chegado à fórmula da  gravidade: “matéria atrai matéria na razão direta das massas e no inverso do quadrado das distâncias”.

Todos eles,como Newton, estudaram o fenômeno das marés e chegaram às mesmas conclusões.O que Newton fez de diferente foi transferir para o universo inteiro esta verdade,verificando as variações possíveis  e para isto criou o método.

Se nós observarmos o esquema abaixo:

O esquema simplificado(naturalmente)do universo:por ele nós vemos que esta regra da gravitação vale para todos os corpos,mas só é possível compreender o universo como um todo se tivermos a matemática capaz de analisar todas estas distâncias ,todos estes corpos.

Um corpo diante de outro corpo menor.Nós temos que descobrir:

O que os separa e os une,o que os diferencia e os integra,numa escala infinitesimal,a partir de um função derivada do tempo.

Foi isto que Newton fez.







segunda-feira, 19 de agosto de 2024

Continuação dos estudos Sobre Newton Método das fluxões

 

Continuando o meu trabalho com o livro de Newton devo relembrar ao leitor o  que nós sabemos:

Newton elaborou este método,que é chamado de quatro maneiras:derivada,integral,diferencial e inifinitesimal.

Diante da necessidade de abordar o universo inteiro(pelo menos conhecido na época)o cientista elaborou este método(simultaneamente a Leibnitz).


E ele está sendo trazido aqui no contexto dos meus estudos sobre filosofia e conhecimento em geral e também para ser aplicado em Marx,no Capital.Que eu vou continuar logo,logo.

Na continuação da explicação das séries Newton diz:




“No mesmo  sentido a fração 1/1+x.x pode ser reduzida(decomposta)em 1-x2+x4-x6 e assim por diante;ou ao contrário.

No item 6 ele afirma:a fração 2x elevada a x1-x2/1+ x elevado a 1/x-3x pode ser reduzida a 2x elevado ½-2x+7x elevado ½-13xelevado a -34X e assim sucessivamente.

As variações ocorrem,mas o sentido d e infinitude prossegue.É aqui que surge a grande contribuição de Ramanujan,no século XX,o “homem que viu o infinito”,de quem falarei proximamente.

Nas outras citações a mesma idéia se coloca:


Mas que eu quero ressaltar,mais uma vez,por ser útil,que a multiplicação se refere à progressão geométrica,enquanto que a soma, à aritmética.

Aquilo que nós consideramos como só pertencente à Malthus vem desde este tempo e podemos recuar a Descartes,com a geometria da incógnita.

E cada um destes lados se liga ao outro:

1)Crescimento populacional,pg/produção de alimentos pa(Malthus).

2)ritmo da produção capitalista pg/acréscimo de mercadorias pa(Marx).

Neste caso aparece a crítica de Marx a Malthus:se a população cresce em progressão geométrica e a produção capitalista é exponencial ,não tem porque alegar que é esta discrepância a causa da miséria,mas porque a distribuição das mercadorias só se faz no interesse da burguesia,no pagamento de seus custos.Ainda que Marx tenha fechado o capitalismo, ele tem razão em ver uma justificativa ideológica(perversa,digo eu)das guerras,para desviar dos problemas do modo-de-produção.

3)capacidade exponencial das máquinas pg/sub consumo pa(sismondi).

Sismondi me parece estar mais próximo da verdade.Não é possível distribuir pura e simplesmente a produção porque os custos continuam.Então a sociedade através do estado e do público devem intervir.


segunda-feira, 12 de agosto de 2024

O papel de Kepler

 

Para a história da ciência, Kepler tem uma variada importância:

Contudo, em um aspecto, ele é fundamental: na sua contribuição, nós vemos    o deslinde entre o pensamento mágico e o científico-racional.

O insight que provocou as suas reflexões sobre a harmonia do universo começa com a tentativa   de colocar o real num modelo pré-dado, os sólidos perfeitos de Platão, e acaba   com leis científicas rigorosas.

É neste contexto que se deve ver o périplo que se inicia com Copérnico, passa por ele e chega a Newton. A intenção, desde os albores da ciência moderna, a aventura do conhecimento era "ler o pensamento de Deus".

Como os recursos de investigação do real foram sendo criados simultaneamente a esta busca, nem sempre os cientistas possuíam condições de dar uma resposta. Tal não os impediu de formular concepções explicativas   sobre aquilo que pensavam conhecer, mas não conheciam.

Fatores sociais e de política e poder entram na compreensão desta conduta, mas nós não falaremos   disto agora.

Algumas noções do passado, provindas de Platão e   Aristóteles, "socorriam" estes investigadores modernos, mas alguns destes, como Galileu, também realizaram o deslinde entre o passado e o futuro, entre   o mundo mágico e o real.

Mas não foi só este o aporte de Kepler: pela terceira lei formulada por   ele, se vê que se pode ver o real de diversas formas sem que isto iguale o real ao mágico e imaginário. 

A adequação entre o discurso explicativo e o real, ainda que não tenha como restituir (nunca) toda a sua complexidade, toca-lhe concreta ou realmente (no plano social).

Se falarmos na sua terceira lei, falamos de verdade, mas se o fizermos como se fosse   uma antecipação da lei de gravitação universal, não provamos o mágico, mas o modo de ver que se   adequa à complexidade do real, complexidade que é, afinal, pluralidade.

 


domingo, 11 de agosto de 2024

Eu a pornografia Agora Freud

 Mais uma vez eu venho aqui tratar da minha “ associação” com a pornografia,desta vez mandando recado para estes nefandos da Folha ,que invadiram aqui a minha vida pessoal.Dizer a eles que eu continuo consumindo,porque compro em bancas de jornais e conto com o sonho de que eles parem de me mandar aquelas transgressões reais aí,que me irritam.Só de vez em quando eu gosto do que eles fazem lá.

E este escrito é para mostrar a natureza do meu trabalho com este “ laboratório”.

Nos estudos sobre Freud um dos temas mais importantes é o do “além do principio do prazer” em que ele desmonta a reflexologia ,pela qual o que acontece na psicologia humana é modelado pelo que se dá no plano natural.

Até Freud e desde o jusnaturalismo(religioso ou laico)e chegando em Pavlov,o padrão da psicologia era esta adequação modelar entre a prévia natureza e a psique humana dela derivada(presumivelmente).

No texto de 1919 Freud salta qualitativamente naquilo que foi sempre o seu trajeto,desde o inicio:que a psicologia tem uma autonomia perante à natureza.

Na problemática da histeria,como sabemos,pontificou que não era um problema moral e nem muito menos neurológico.

Que problema era este?Decerto modo foi em 1919 que Freud expôs a explicação para esta indagação:que não há desconexão entre a natureza e a psicologia,mas as suas correlações obedecem à uma pluralidade  de oportunidades.

A tese de Freud é que no começo o homem vive na dicotomia entre prazer e desprazer,mas ,na verdade,e não no tempo,transforma formas de dor,de transgressão, em “ prazer distorcido”ou meio de realização.

É neste enquadramento que a  pornografia me ajuda a entender a propositura de Freud ,a qual se limitava  ao masoquismo e sadismo,na “interação” homem/mulher.

Outros delineamentos têm que ser examinados:a traição;a traição do homem bem sucedido por mulheres com pobres(não raro negros);a interracialidade;o trisal,a poliandria e outros casos.

Faz-se muita crítica a Freud por negligenciar esta mediação que citarei logo logo e isto é uma verdade,porque ele reduz tudo à pulsão,como instância “solucionadora”.

Mas potencialmente neste âmago estão as condições para atribuir propriedade àquilo que eu cito agora:a mediação socio-psicologica.

A natureza da inversão do “ principio do prazer” é sócio-psicológica,uma  camada sobrenatural .

Pouca gente se dá conta de que a sociedade é uma realidade sobrenatural e a confunde com a religião.Esta supõe uma transcendentabilidade,uma intocabilidade empírica;mas na sociedade e na natureza,em seus elos possíveis ,o sobrenatural e o natural explicam estas inversões.

Porque não ficar com uma pessoa só?Porque o triângulo amoroso e sexual outorgado a Maria Antonieta é mais importante do que a felicidade?