Sempre
gostei de laboratórios.Quando era pequeno comprei os cientistas e só parei
porque meus pais ficaram com medo do uso que eu podia fazer de certos compostos
químicos muito perigosos.
E
hoje é muito difícil ser um cientista amador.Existem sites e instituições que
conectam amadores para ajudar em investigações e pesquisas ,principalmente na
área de astronomia.Porque um cientista só, não é capaz de vasculhar o universo
inteiro.
Mas
isto acontece em outras ciências.
Do
ponto de vista psicológico, o laboratório é como Hannah Arendt definiu ,em sua “Condição
Humana”:o lugar do labor humano,que é uma atividade diferente do trabalho.
O
labor é como produzir uma obra que se pretenda não necessariamente “ visível”,mas
duradoura,referencial.
Ela
se refere ao “otium cum dignitate”:o ócio dos antigos servia para que realizassem
obras duradouras.E que ajudassem ,ainda que indiretamente,a toda a humanidade.
Assim
sendo,na medida em que eu não tenho acesso a um laboratório profissional fiz de
laboratório os índices de livros,certas revistas pornográficas,a observação das
atitudes das pessoas nos estádios de futebol e em algumas revistas em que é possível
ver e a analisar as coletividades.
Este
meu procedimento não é livro.O trabalho com os livros,a pesquisa nos livros é
moeda corrente nos mestrados e doutorados,mas eu nunca vi uma disposição
constante e profissional quanto a este labor.
E
de uma certa maneira tal labor tem muita a ver com a alquimia(produzir uma
obra) e com as guildas do passado, e por isto muita gente o rejeita,por causa
da falta de cientificidade e também porque isto implica necessariamente em não
ler,em se recusar a ler,integralmente.
Mas
deste ultimo conceito,trato no próximo artigo.
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