segunda-feira, 26 de agosto de 2024

Os índices como laboratórios

 

Sempre gostei de laboratórios.Quando era pequeno comprei os cientistas e só parei porque meus pais ficaram com medo do uso que eu podia fazer de certos compostos químicos muito perigosos.

E hoje é muito difícil ser um cientista amador.Existem sites e instituições que conectam amadores para ajudar em investigações e pesquisas ,principalmente na área de astronomia.Porque um cientista só, não é capaz de vasculhar o universo inteiro.

Mas isto acontece em outras ciências.

Do ponto de vista psicológico, o laboratório é como Hannah Arendt definiu ,em sua “Condição Humana”:o lugar do labor humano,que é uma atividade diferente do trabalho.

O labor é como produzir uma obra que se pretenda não necessariamente “ visível”,mas duradoura,referencial.

Ela se refere ao “otium cum dignitate”:o ócio dos antigos servia para que realizassem obras duradouras.E que ajudassem ,ainda que indiretamente,a toda a humanidade.

Assim sendo,na medida em que eu não tenho acesso a um laboratório profissional fiz de laboratório os índices de livros,certas revistas pornográficas,a observação das atitudes das pessoas nos estádios de futebol e em algumas revistas em que é possível ver e a analisar as coletividades.

Este meu procedimento não é livro.O trabalho com os livros,a pesquisa nos livros é moeda corrente nos mestrados e doutorados,mas eu nunca vi uma disposição constante e profissional quanto a este labor.

E de uma certa maneira tal labor tem muita a ver com a alquimia(produzir uma obra) e com as guildas do passado, e por isto muita gente o rejeita,por causa da falta de cientificidade e também porque isto implica necessariamente em não ler,em se recusar a ler,integralmente.

Mas deste ultimo conceito,trato no próximo artigo.

 

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