A
bem da verdade, a “estratégia” de Napoleão III já estava contida no curso da
vida política de seu tio, Napoleão I.
Só
que neste último caso, não havia um propósito de caminhar para o império dado
de antemão. Não se infere do Napoleão republicano, cônsul, uma expectativa de
chegar ao Império, até porque isto afastaria muitos apoiadores (como ocorreu de
fato depois) e marcaria uma perigosa inflexão de Napoleão em direção ao
passado, ao antigo regime, contra a Revolução Francesa, que era a
sua base histórica.
O
que se sabe é que Talleyrand, compreendendo os impasses da república na França,
cada vez mais isolada, e interessado no apoio das classes conservadoras
internas do país, forçou o corso a se coroar.
Apesar
de o plenipotenciário ter forçado também a execução do Duque d'Enghien, a
classe burguesa interna tinha interesses eventuais de aliança com os desejos de
Império, que, afinal, atendiam aos interesses nacionais da França e desta
classe.
Esta
é a origem desta “estratégia” que desemboca em Napoleão III e, a meu
ver, em Mussolini e Hitler, que realizaram o mesmo: se aproveitaram do
impulso revolucionário de esquerda para tomar o poder. Ao tomá-lo, aliaram-se
às classes altas e reprimiram os seus antigos apoiadores.
O
caso Mateotti o prova: Mussolini usou como pretexto para reprimir e acabar com
seus baderneiros do início, o assassinato de que ele tinha conhecimento.
Hitler
chegou ao poder e reprimiu os camisas pardas, por ordem das classes altas, para
continuar no poder e seduzi-las com sua proposta de Império, de Reich.
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