terça-feira, 27 de agosto de 2024

Em torno de Napoleão I E a Napoleão III O tio e o sobrinho

 

A bem da verdade, a “estratégia” de Napoleão III já estava contida no curso da vida política de seu tio, Napoleão I.

Só que neste último caso, não havia um propósito de caminhar para o império dado de antemão. Não se infere do Napoleão republicano, cônsul, uma expectativa de chegar ao Império, até porque isto afastaria muitos apoiadores (como ocorreu de fato depois) e marcaria uma perigosa inflexão de Napoleão em direção ao passado, ao antigo regime, contra a Revolução Francesa, que era a sua base histórica.

O que se sabe é que Talleyrand, compreendendo os impasses da república na França, cada vez mais isolada, e interessado no apoio das classes conservadoras internas do país, forçou o corso a se coroar.

Apesar de o plenipotenciário ter forçado também a execução do Duque d'Enghien, a classe burguesa interna tinha interesses eventuais de aliança com os desejos de Império, que, afinal, atendiam aos interesses nacionais da França e desta classe.

Esta é a origem desta “estratégia” que desemboca em Napoleão III e, a meu ver, em Mussolini e Hitler, que realizaram o mesmo: se aproveitaram do impulso revolucionário de esquerda para tomar o poder. Ao tomá-lo, aliaram-se às classes altas e reprimiram os seus antigos apoiadores.

O caso Mateotti o prova: Mussolini usou como pretexto para reprimir e acabar com seus baderneiros do início, o assassinato de que ele tinha conhecimento.

Hitler chegou ao poder e reprimiu os camisas pardas, por ordem das classes altas, para continuar no poder e seduzi-las com sua proposta de Império, de Reich.

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