Como
Aristóteles é diferente de seu mestre Platão,por ser um pesquisador do real,a
questão dele,para se compreendê-lo é ver as diferenças e intersecções entre as idéias e a experiência
do real.
É
neste passo que Aristóteles propõe a discussão sobre as aporias,os impasses
entre estes dois lados.
Não
vou tratar disto agora,mas vou preparar o leitor para entender este problema.
Nos
manuais soviéticos,que submetiam a análise
do passado filosófico(e em geral)à sua visão cientificista e ideológica ,o
centro do estudo de Aristóteles era exatamente a sua distinção em relação a
Platão.
Na
“ confrontação” entre estes dois gigantes da filosofia,professor e aluno,nós
vemos resumida a dicotomia idealismo/materialismo,embora estes manuais
considerassem o estagirita como um dualista,por causa de sua divisão entre alma
e corpo.
Mas
era tido como no caminho do materialismo,por ressaltar o corpo e relacionar as
idéias com o real,que o filósofo mesmo investigava.
E
num determinado momento da metafísica,o livro três ,depois de fazer a critica
de seu mestre(entre outros),ele se vê diante deste impasse(aporia):como
entender ,a partir das idéias ,este mundo real e como elaborar um método para
conhece-lo filosófica e cientificamente(Aristóteles junta os dois).
A
experiência pode ser organizada de modo racional?E porque esta pergunta é
posta?Não seria natural dizer que sim?
Desenvolverei
esta resposta em próximo artigo,mas é fundamental dizer que o problema
subjacente na mente de Aristóteles é estabelecer quais os critérios relacionais
entre os entes,os seres,e entre estes e as idéias.Não é tão simples assim.
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