sábado, 22 de outubro de 2022

Massacrados IX

 

Assim eu entendo que se eu pago imposto ,trabalho,voto, tenho o direito de cobrar de todos que resolvam o problema social ,mas eu me reservo o direito de continuar tendo uma empatia com as pessoas.

Porque eu trato dessa questão?

Única exclusivamente porque a relação direta com as pessoas desvalidas é uma exigência ética apesar de tudo. Uma relação de comunhão universal que me era cara quando, na juventude, (quando era comunista,pelo menos no sentido corrente) não me seduz mais porque é lógico que a vida não é assim e como eu disse em outro artigo ,mesmo os desfavorecidos não aceitam mais ser tutelados por uma elite que lhe concede a utopia.

Mas é essencial para mim ,pelo menos aqui ,que o fenômeno da empatia exista ainda que de forma idealizada.

Eu já analisei esse problema tantas vezes recorrente nos filósofos :a ideia de uma comunhão universal é abstrata.É um ideal.

As pessoas concretas, individualizadas, são o real e nesse contexto não existe necessariamente uma comunhão entre as pessoas. Muito pelo contrário.

Contudo, como tenho dito sempre, a idealidade nos ajuda a dar sentido as coisas, dar sentido à vida e a partir daqui mesmo que idealizando ,o sentimento de empatia em relação aos outros éuma obrigação principalmente por parte daqueles que tem uma preocupação com a questão social.

Os fatos que eu narro aqui têm referencial no real.Ainda que tais pessoas não me conheçam e num contato pessoal eventual possa não haver uma integração ou concordância com as minhas ideias é por necessidade de empatia e de me proteger também no plano dos direitos humanos universais que eu me sinto no direito de narrar o que ocorreu com elas.

É o principio de Edmund Burke: “a liberdade é indivisivel”.Pelo menos na mediação da república,do corpo político,a intersecção entre a sociedade civil e o estado(sociedade politica como dizem alguns autores),aquilo que ofende a liberdade de uns ofende a de outros.

É neste sentido que a minha relação com os injustiçados deste mundo se constrói.


domingo, 9 de outubro de 2022

Eu e a matemática

 

Eu tenho falado muito em física e matemática nos meus textos sobre ciência,mas eu fui um aluno muito ruim nesta segunda matéria aí.

Então qual a legitimidade do meu uso destas matérias aqui nos meus blogs?Como eu consigo explicar?

Uma das coisas extraordinárias da atividade magisterial é notar que a educação consegue tudo,inclusive que se considera impossivel.E realmente o impossivel tem lugar.

O conhecimento,de modo geral,se dá da seguinte maneira:quantitativa e qualitativamente.Como nos ensinou Sócrates em meio ao conhecimento em quantidade deve-se buscar o discernimento dele,o seu valor,a sua importância e lugar,como quem acha uma árvore precisa em meio à floresta.

Em face disto eu procuro entender determinados problemas e formulas e verificar não estes critérios a que me referi acima,mas os seus fundamentos elementais e não elementares,embora,neste último caso seja exigivel em função do nivel do estudante para o qual me dirijo.

Mas o grande desafio do professor ´simplificar sem vulgarizar ou distorcer em ambos os processos,dos elemntais,básicos e os elementares que são aqueles mais rudimentares,apontando o caminho mas não mostrando tudo.

Para exemplificar tomemos o exemplo clássico do calor que atinge a poça d´água e provoca a sua vaporização.Para uma criança o elementar é só dizer isto;o elemental é dizer que as moléculas se movimentam e a condição natural da água se transforma.

Mas daí em diante sempre achei ser possivel explicar grandes e complexas idéias com um nivel de simplificação que não prejudicasse o entendimento e mais do que isto ,que abrisse caminhos de interpretação e compreensão.

A barreira ,no entanto,é a matemática.Como fazer o relacionamento entre a física e a matemática com estes elementos,os quais,afinal,são concretos,descritos pela linguagem?

No caso da física que se constitui de fórmulas não é tão dificil.Não tão dificil um professor explicar a equação de Einstein e=mc2.Mas no caso da matemática há complicações.Geometria também.

Neste caso eu faço o que eu queria fazer quando era pequeno e tinha imensas dificuldades de aprendizado desta matéria:relacioná-la o mais que posso com fatos concretos .Nem sempre é possivel,mas de modo geral para as grandes teorias serve.

A intersecção entre a filosofia e a matema´tica sempre me ajudou.O esquema do movimento em Aristóteles e nos eleatas sempre me foi um ponto de partida de compreensão possivel da matemática


Cada quadradinho é um instante do tempo,na sua forma mais simples.Mas se eu colocar em cada um um numero eu começo a entender um pouco de matemática e de suas ramificações.



A partir daí inumeras considerações filosóficas e matemáticas podem ser realizadas:o problema do uno e do diverso,o numero em Pitágoras e Platão e last but not least a teoria dos conjuntos que me atrapalhou na vida e é por onde eu recomeço coma ajuda de Bertrand Russell.