Ao longo da história o problema de se conhecer foi
importantíssmo,mas neste caso ele se liga ao problema de até onde vai o conhecimento.Isto é,se como
tudo o que existe é ou não infinito?
Este problema é decisivo no seguinte sentido:a
finitude tem a vantagem de facilitar as
coisas para os donos do poder.Porque se nada muda indefinidamente(e
infinitamente,lógico),aquilo que é estabelecido não é questionado(ou questionável).
Desde que esta questão é posta,sabemos que as
rupturas,os questionamentos foram sempre recorrentes e é por isto que a
história anda(e a vida).
Porque então,desde este inicio não ficou claro que a
infintude era o mais provável?Porque esta indagação não é só soluvel no plano
da linguagem,como estamos fazendo e sempre foi feito:a relação com o mundo põe
dúvidas permanentes ao infinito(e ao finito[fim e recomeço]),ajudando o finito
a prosperar.
Assim a tentativa de organizar o mundo a fim de
compreendê-lo(definitivamente ou não)sempre oscilou entre a admissão da
infinitude impossivel de alcançar ou a finitude ,pela qual se conhece o mundo e
se explica o infinito(como em Hegel).Mas a questão aqui é provar que diante
desta oscilação, o melhor,como gnose provisória,é pensar o mundo como infinito,porque
assim evitamos certos erros cometidos pela humanidade,que tiveram consequencias
graves para esta compreensão.
No plano do conhecimento,que nos interessa aqui,houve
recorrentes afirmações do finito que causaram erros e ilusões terríveis para a
humanidade,muito embora tenha que se reconhecer as limitações dos criadores e
investigadores que os cometeram.Limitações de época inclusive.
Comecemos por Prolomeu,com a teoria geocêntrica:ele
não é culpado do que a igreja fez com o
seu pensamento,mas a sua visão limitada favorece o dogma.
A concepção de que existe só uma unica causa para tudo
o que existe ,que permeou(e permeia)toda a história (com exceções e
fraturas)falseou o mundo real de maneira dramática,provocando erros inclusive
politicos,porque movimentos usaram este principio para oprimir.Na medida em que o conhecimento
da causa de tudo supõe-se ajudar a sociedade,a sua negação constitui ataque ao
bem-estar e ao progresso que o assegura.Exemplo é que muita gente na URSS foi
torturada e morta por tentar pensar em outra coisa que não aquela proveniente da “concepção
monista da história”...
As tentativas de compreender o movimento (infinito)das
coisas criou o principio dialético triádico,mas este igualmente se diluiu
nas discussões sobre se a sua realidade,como
discurso,é a do mundo.Como se o
movimento se resumisse num principio só,da mesma forma que é dificil de
entender um Deus monoteista dividido em pai ,filho e espirito santo.
Na verdade o principio triádico não esconde a sua
filiação ao monistico,assim como o deus em três partes só se entende por alguma
mediação unificadora que não se sabe qual é.Mas nós entendemos porque a tríade não é senão uma coisa só:cada uma
das partes da tríade não vale senão dentro da mediação do movimento(e do
tempo).
No caso de uma concepção binária,ela nasce mais da
matemática,mas também ela padece do problema de se reduzir afinal a um
principio único abstrato que dá sentido ao mundo,para a subjetividade,para a racionalidade.Assim se dá com o quaternário
etc.
Estes conceitos definidores são abstrações porque o
mundo,no minimo contato com a razão que ele tem,in limine,ab initio, só
há de ser apreendido na sua complexidade,que se não é prova de sua infinitude
está perto.