quarta-feira, 30 de novembro de 2022

Pais e Filhos x o que deve ser

Continuando as minhas reflexões sobre a relação entre pais e filhos,hoje e agora desejo revelar aquilo que eu considero fundamental na boa relação geracional. A decisão de ter os filhos é logicamente dos pais e eles ,dialeticamente,só o são porque tomaram esta decisão e os filhos nasceram:o pai depende do filho... A definição de pais e filhos pode ser dialética,mas nasce de uma escolha,dir-se-ia kantiana,axiológica.Da escolha à definição nós temos todo um caminho entre a razão e a emoção.Mas é este caminho que é a base da relação. À parte os problemas sociais,os pais têm a obrigação moral e humana de saber isto.Mas muitos acham que os filhos são responsáveis por nascerem e por isto um desbaratamento total das relações cria os problemas que nós conhecemos aí e que são muito mais do que a midia mostra,porque os pais os abandonam. Uma mediação nos ajuda a compreender todo este processo de desbaratamento,porque em termos sociais a organização da familia,desde priscas eras,busca manter um equilibrio entre os pais e os filhos para favorecer esta organziação social e politica que precede o nascimento dos filhos e a formação da familia. Não vou fazer nenhuma história aqui da familia,mas se nota no passado alguns momentos de luta para que a familia fosse um lugar de emoção e de subjetividade humana. Na verdade só a partir da segunda metade do século XIX,esta realidade se fez,como modelo de explicação e conformação das relações humanas familiares. No mais,no passado,um certo indiferentismo quanto a esta emoção predomina:os casamentos são arrumados,os filhos cumprem a decisão dos pais,filho de peixe peixinho é...imposições mil.Reações existem ,mas a vai no caminho. Quanto mais,no entanto,o ser humano constrói a sua subjetividade e entende a existência como potencialidades,desejo,autonomia,mais e mais a maioria luta contra estas imposições arcaicas e apesar de tudo,há que se dizer que ainda que tenhamos outras formas de imposição,como detalha Foucault,a perspectiva é otimista quanto ao crescimento desta liberdade associada ao desejo. O problema maior hoje é a dissolução da familia,a falta de orientação e isto é um tema futuro,mas reconheçamos as grandes permissões diante de nós. Neste sentido as relações entre pais e filhos,no meu entender,equilibrando todas as partes do problema,é aquela que eu vi nas narrativas da familia de Jorge Amado. Os pais de Jorge Amado construíram uma casa,a duras penas,para que pudessem abrigar os filhos e mais,que eles não sentissem necessidade de ir-se,senão por responsabilidade,desejo.Mas sem uma ruptura com o passado,uma vez que a casa estaria sempre lá,mesmo depois dos pais irem-se. Quando tomei conhecimento,jovem ,da vida de Jorge Amado,soube que seus pais e seu pai principalmente dispunham de exterma sabedoria prática,que inclusive,sem nenhum conhecimento de psicologia avançada,tomavam decisões,que esta ciência aprovaria:quando Jorge não aguentou os exercicios de português com Camões ,pulou o muro do Liceu baiano para morar com as quengas,seu pai vigiou,mas não reprimiu. Os psicólogos afirmam que quando um jovem tenta fugir é melhor deixar ele ir até ao final,para perder o medo do mundo e decidir voltar por si próprio,por decisão pessoal. Em qualquer circunstância a certeza de que a familia,o abrigo está atrás de nós nos dá força para enfrentar este mundo sem medo. Mas há pais que não compreendem isto.

sexta-feira, 25 de novembro de 2022

Desconstruindo o materialismo

 

Quando digo matéria  me refiro exatamente a quê?A palavra matéria,se olharmos no dicionário,significa muitas coisas,muitos conceitos,muitas idéias:physis,concreto,substantivo,oposto à energia,etc,etc.Desde Aristóteles inumeros conceitos,nomes,são atribuidos ao termo matéria.

Mas sob o termo matéria há uma infinidade de conceitos ,idéias,nomes,na verdade o Ser como um todo.

Aliás o termo designativo mais abrangente do que o de matéria é este " Ser",que denota a profissionalidade da Filosofia.

No lugar de matéria é melhor dizer " ser" aquilo que existe",até porque este termo inclui aquilo que não é considerado matéria,como energia.

Ser significa algo que é mais universal,mais permanente e é trans-temporal.É um dos elementos permanentes e quase meta-temporais da história e da história do pensamento.

Quando Heidegger elaborou o seu pensamento ,em " Ser e Tempo",recuperou a filosofia como profissão,como disciplina rigorosa.Ainda é cedo dizer se definitivamente,mas a verdade é que as condições para isto são muitas,depois dele.

O termo materialismo ,como se vê,é limitado,porque não engloba tudo e é uma especificação do Ser.O materialismo e os materialistas,entre eles,o indefectivel Marx,que eu sempre critico aqui(e critico agora)são decisivos e importantes para desvelar certas ilusões e mitos que se interpõem entre o sujeito investigador e a realidade e a objetividade.

Mas eles são indefetivelmente comprometidos de inicio com este vicio de fundamento,que no final sempre os delata:em todo o materialista há um fundamento tosco,uma boçalidade que ,mais cedo ou mais tarde aparece  porque o discurso explicativo materialista não abarca o real tanto quanto a filosofia.

No final deste artigo eu quero mais uma vez fazer uma observação contra idiota de esquerda e de direita que vem nas minhas redes para diminuir ou desqualificar o meu trabalho,afirmando que eu digo coisas que já foram ditas.

Prestem atenção:o que eu digo aqui não é novo.Desde o inico do meu trabalho eu disse que era um pesquisador,um garimpeiro que buscava pedrinha no lago como Heidegger preconizava e achava legitimo profissionalmente.

Neste caso do materialismo eu não o limito para valorizar crenças religiosas sempiternas ultrapassadissimas e medievais e sim para mostrar os caminhos futuros da atividade filosófica em geral,que o materialismo tentou destruir.Tem contribuição sim.

sexta-feira, 11 de novembro de 2022

Khruschev e os massacrados da União Soviética

 

Alguns amigos meus e conhecidos fizeram um livro sobre Kruschev e o relatório secreto 1956

e isto me deu uma ideia para escrever um artigo que inaugura uma sub-série

dos massacrados, os massacrados políticos.

Por massacrados políticos eu entendo todos os

injustiçados em todos os lugares e épocas.

Nesse escaninho pretendo analisar o problema da relação da história

com o direito, com o certo e o errado.

Não perco de vista nunca ,em nome de justiça, o problema de  

tanta gente usufruindo da vida cercada

de uma maioria que sofre as maiores privações. Mantenho a

 minha preocupação com essa questão

e com essa situação.

Aqui eu trato de todas essas pessoas que, eu penso, desde a primeira

guerra mundial foram atingidos injustamente

 por estilhaços da política e do poder.

Algumas entraram no processo porque queriam mas outras

receberam sim esses estilhaços,sem ter nada a ver.E muitas

vezes receberam PR ações feitas em nome delas.

E a tônica de nossa época:a partir da primeira guerra o número

de mortos civis supera os de militares.Parafraseando Tacitus

“o grande segredo havia sido descoberto”:ninguém

se importava agora a

Mínima com estes massacres ferozes,rápidos ou aos poucos,perpetrados

Pelos podres poderes do século XX,à direita e à esquerda.

Não vou abandonar os da direita não,mas

hoje eu inicio com os crimes da esquerda.Especificamente na União Soviética.