segunda-feira, 7 de março de 2022

A Amazônia é sim do Brasil

Serie propostas para o Brasil e para a utopia


O cotidiano de trabalho deve prosseguir apesar destes insultos que nos acomete a História.Mas quando a paz vier tudo deve estar no seu lugar para que tudo prossiga em boas condições.

De nada adianta ficar só preso ao problema da guerra.A memória do sofrimento e a sua lembrança é o que devemos fazer,aqueles que estamos fora do conflito.Agir assim como São Paulo diante de Cristo na cruz:lembrar sempre,principalmente nos momentos de júbilo e de prazer da vida.

Em vista disto inicio uma série sobre ideias que tenho e tive ao longo da vida e que me assaltaram a cabeça mais e mais ,quando o projeto politico desapareceu progressivamente do meu horizonte,pela pequenez dos politicos e partidos que contatei,com naturalmente exceções.

Antes da Guerra Macron,Presidente da França se referiu à Amazonia,como sendo de todos e não só do Brasil.

Eu escrevi na ocasião um artigo já adiantando estas ideias e falei exatamente aquilo que eu vou falar neste artigo,só que aprofundando.

Esta afirmação de Macron,o xoxo,casa com outras feitas por europeus em outros tempos:quando Jacques Cousteau veio ao Brasil lançou o conceito,que é ainda seguido por muita gente aí da midia,de que a Amazônia é o pulmão do mundo,mas logo depois ficou provado que são os oceanos.

Pura estratégia para a internacionalização da região.E ademais estes povos também destruiram a natureza o quanto quiseram e agora vêm exibir exemplaridade para outros povos.

Naquele antigo artigo disse que a Amazônia tem que ser o manancial de emprego do povo brasileiro e matar a sua fome definitivamente.

Algumas ideias estão presentes aí há muitos anos e depois eu tratarei delas.O que eu queria dizer neste texto é que além disto a Amazônia é o ponto de partida da famosa “tamponagem do deserto” segundo o livro de geopolitica de Golbery do Couto e Silva.

Apesar de Brasília,que melhorou muito a situação,o Brasil ainda é um páis muito litorâneo e sem também cercar o centro do Brasil de população a capital fica isolada,o que é um problema atual.

A Amazônia tem que ser ocupada pelos brasileiros assim como o centro-oeste,fazendo um espalhamento do povo,como fizeram os Estados Unidos no século XIX.

As tentativas da ditadura militar não foram bem sucedidas por causa dos seus comprometimentos com os setores mais atrasados do Brasil,que até hoje não querem mudanças,mas certos desenhos são verdadeiros porque não vai ser possível tamponar o deserto sem deslocar populações e estas não poderão ser jogadas no nada como o foram no passado.

Nos próximos artigos tratarei de como é possivel sair destes impasses nacionais.


sábado, 5 de março de 2022

nova palinha d e meu livro sobre Kant que está quase pronto.

 

Quando se fala frequentemente em retorno a Kant,na verdade se fala nas interpretações principalmente pelas escolas de Marburg e de Baden.Trata-se do neokantismo que tanto foi e é forte não só na filosofia mas igualmente no direito através de Del Vecchio e Radbruch.

Então Kant,assim como outros pensadores ,é um anacronismo do pensamento ,é uma possibilidade de outra coisa,apesar da fonte.

Durante muitos anos a definição de filósofo se alterou o tempo todo.

Na época do cientificismo,do positivismo era muito confusa esta noção,porque o pensamento filosófico era misturado com psicologia e psico-sociologia,por intermédio de leis do pensamento que o explicavam e davam-lhe um sentido prévio.Um absurdo,porque o pensamento ,se condicionado por uma lei que ele mesmo deve conhecer para ser,deixa de sê-lo.

Imagine alguém que para pensar busca estas leis num manual(que o existiram muitos)ou que pensa que está pensando segundo elas...

Com o incremento da psicologia e o retorno a Kant nos termos referidos ,isto é,com a separação dos saberes e ciências foi possível ultrapassar as limitações de Kant,para,apesar dele e às vezes contra ele elaborar a possibilidade de um pensamento filosófico profissional ou..útil.

Mas isto impoe uma definição do que é ser filósofo e desta definição nós podemos colocar a posição de Kant na História,segundo estas interpretações.


O papel da religião e da crença


 

A pintura famosa acima de Tiepolo retratando o momento em que o anjo vem dizer a Sara que vai ter um filho apesar da idade nos propicia refletir sobre o papel da religião.Este meu artigo não é original em seus argumentos,porque isto aí já foi dito e discutido na década de 60 primordialmente,mas é sempre bom em épocas de intolerância ,como a nossa,relembrar ganhos intelectuais e morais que evitam as consequencias funestas desta intolerância.

Até ao século XIX,pelo menos até à sua primeira metade ,além de ter sido decretada a morte da filosofia,em favor da ciência,o mesmo foi dito da religião e tanto uma forma de consciência social quanto a outra resistiram e se tornaram fortes de novo.

Assim o marxismo,também ele um cientificismo ,as chamava de formas de consciência social,mas hoje há que se reconhecer que são saberes também ,o que muito aterroriza o cientificismo,cioso de sua exlcusividade.

Tanto a religião como a filosofia são sim formas de consciência social,mas são mais do que isto:pelos livros sagrados há discussões intermináveis de natureza histórica e principlamente axiológica.Como literatura ela serve como referencial de compreensão do mundo como qualquer outra ciência.Esta última não tem como substituí-la e aí nos ajuda esta referida pintura.

Para a ciência ou antes o cientificismo, a descida de um anjo para garantir a concepção de uma velha é algo impossivel e acreditar em algo impossivel é patologia,a ser combatida pelos médicos.

No entanto o desejo de uma pessoa que se expressa pelo menos no nivel da arte ou da mitopoética,que não é própria só das religiões e livros sagrados,mas da arte,um desejo irrealizável não padece de ausência de explicação.

A sua impossibilidade gera uma frustração e para evitá-la há que recorrer à verdade da ciência e repudiá-la como ato de saúde psicológica.

Contudo o ser humano é essencialmente incapaz de aceitar o real diante dele,uma vez que para a subjetividade a objetividade é totalmente insuficiente.Viver pela objetividade,como o cientificismo quer,é uma idiotia,como já notara Nelson Rodrigues.

No momento imediato de compreender a impossibilidade de realização do desejo se tem a consciência desta verdade subjetiva,que subsiste o tempo todo.

Pois se o homem fosse se ordenar o tempo todo pelo que acontece fora dele estaria em loucura,em breve,fora-de-si.

Como dizia Hegel o fora-de-si é algo importante para o relacionamento do sujeito no movimento dialético do mundo,mas ele não tem como susbsistir o tempo todo,se não houver um retorno à subjetividade permanente(-mente),como célula do entendimento do processo.

Mas se o entendimento conduz o sujeito a se compreender como objetividade,está feita a confusão e a loucura.

A crença na realidade da metáfora é patológica,mas a distinção entre o real e a metáfora,se compreendida mesmo no âmbito da religião e da crença,não só não o é,como implica igualmente em saúde,porque não só demonstra a irrealização do desejo,mas ajuda na auto-consciencia quanto à sua situação.

Nós poderiamos dizer ,em um sentido trágico,compreender a frustração evita que o sujeito s e perca um dores imaginárias.Em ilusões que podem não sair mais da mente.É a antecipação dos estóicos:aceitar a realidade como ela é(Nelson de novo)é a condição de progredir,de melhorar,do sujeito.