sábado, 30 de setembro de 2023

O Cosmos

Agora que estamos diante da possibilidade real de nos mudar para um outro planeta realizo um projeto também antigo de divulgar o chamado “cosmismo russo” e me associar à viagem de Carl Sagan no documentário de nome “ Cosmos”.

Na verdade uma viagem da humanidade que continua e estamos vivendo o momento inicial.

Quero usar esta viagem para discutir todas as questões que venho discutindo ao longo dos anos ,analisando esta nova perspectiva humana sob o viés do conhecimento,dos seus aspectos éticos e outros que aparecerão nesta minha aventura, que eu proponho dividir com o leitor,numa atitude que já é o que eu faço há dez anos.

Neste primeiro momento uma questão avulta:há um físico japonês midiático(cujo nome não lembro agora)que põe um problema bastante sério.

Será que nós não devemos primeiro solucionar os nossos problemas básicos aqui para depois ir?Nós estamos deixando de lado o problema ecológico,que supostamente “nos obriga” a tomar esta decisão.

Eu diria:não era o caso de fazer a utopia primeiro para depois ir?
No passado eu responderia sim.Mas hoje eu penso que o futuro em outro lugar,este horizonte, pode ser o meio para se chegar na utopia.

Por um simples fato:a quem pertence tudo isto que está diante de nós?Os planetas,as riquezas que eles contêem,as luas ,as suas riquezas e tudo o mais?

Diante desta infinidade de ganhos cósmicos vejo que se pode realizar uma proposta utópica comunista porque comunismo no seu sentido real é produzir exponecialmente para distribuir permanentemente para todos sem distinção.

Até agora a questão de como fazer isto não se desatou,mas diante da infinidade de riquezas isto já se colocou como realidade.

É lógico que é preciso de produção,de organização produtiva para isso,mas desde já há que ter um conceito diferente ,em termos juridicos inclusive,daqueles que usamos para debater a justiça aqui na terra:não se há de utilizar estes critérios de posse e de propriedade,associados só a quem trabalha.

São tantas riquezas,que em principio ,todos na Terra podem ter,ipso facto ,uma propriedade nestes planetas e luas e demais astros celestes.

Eu proponho tal coisa:se uma pessoa não tem ,na Terra,condições d e produzir(por vários motivos[não poder ir no local;não ter recursos])e nem no cosmos,quem puder,produz sem tirar dele a sua propriedade e antes de transferir para o futuro mercado consumidor o provê na sua existência.

Penso que o cosmos pode ser a estrada da utopia comunista.



O padrinho Análise politica

 Há muito desejava escrever um livro de crítica e de análise sobre o “Padrinho”,conhecido filme que apresenta muitas possibilidades de compreensão e que no que tange à questão da politica e do poder oferece enormes conteudos de investigação.

Era minha intenção trabalhar com outro conceito,mas a chamada condição objetiva me impediu e vou transferir para outro momento esta outra análise que eu queria inicial.

O leitor pode ver o video agora clicando no link ou depois que eu apresentar a minha investigação.

Trata-se do momento em que ,após o assassinato de Sonny,Don Corleone convoca a reunião da “ Comissão” para fazer a paz,renunciando a toda a vingança.

Todos chegam a um consenso de controlar o tráfico ,mas ,e é isto que aparece no video,seu oponente direto Tataglia aventa a hipótese de que no momento em que Don Vito se sentisse forte novamente,arquitetaria uma vingança coletiva contra as familias( o que no filme ocorre).

Aí é que entra uma resposta que sempre me intrigou,mas que hoje,à luz da maturidade,eu compreendo perfeitamente:Don Corleone ,com dificuldade em provar a sua confiabilidade em aceitar o acordo de paz, usa de um elemento ultra-subjetivo,a superstição ,para convencer.

É bem verdade que o fato de ter renunciado antes à vingança ,por causa da morte do filho,há como embasar a sua credibilidade.

Contudo ele usa esta “ mediação” do imponderável,como algo seu,para retrucar ao seu adversário na mesma moeda:tem um outro filho que passa por um problema,causado pela guerra e que ele tem que defender.

Assim sendo ele se coloca num patamar igual ao de Tattaglia e encerra a questão:se ele não tem credibilidade o outro não tem.E aí fica tudo com dantes no quartel de Abrantes.Tudo fica adiado.

Na vida real da politica,muitas vezes,em situações de grande pressão,os politicos que foram grandemente responsáveis pela humanidade como um todo,sempre usaram a superstição para escantear o sufoco.

Foi assim com o Presidente Roosevelt ,no final da segunda guerra e com um outro aspecto essencial que recaía sobre ele:todo mundo sabia que o Presidente estava nas últimas.Ele o sabia.

Aceitou o quarto mandato pelo futuro e pelo que havia feito até então.

Mas usou ,segundo testemunhas,préstimos de videntes para “ determinar” quando ele “iria embora”.O objetivo disto aí era controlar as previsões de quem estava em volta e de quem queria se prevalecer do seu passamento,no “tempo certo” .

Era para “atacar” esta pressão e diluí-la.

Usaram estes truques Brejnev,nos anos oitenta e depois o Presidente Reagan,mas de um modo um pouco diferente.Assunto para o próximo artigo.



https://youtu.be/r6QNtrCBlP8


sexta-feira, 29 de setembro de 2023

Sobre os livros juridicos e as enciclopédias

 

Às vezes não consigo cumprir as minhas promessas e fico com cara de tacho,à mercê do riso alheio(kkkk).Mas é sempre assim na minha vidinha.

Eu faço fazendo,numa atitude historicista ,contrariando os meus fundamentos filsóficos de atuação.Este tema aí eu não vou discutir agora,mas na minha autobiografia(KKK).

O que quero dizer é que havia prometido trabalhar com os grandes livros de direito da humanidade e não pude encontrar conteudos novos que pudesse usar.Quer dizer que já não tivessem sido tratados

Na minha pesquisa ,e isto é importante que todo cretino que vem aqui me criticar saiba, sempre procuro trazer algo novo,ainda que pouca coisa.

Sigo uma ideia de Heidegger que preconizava para o pesquisador minucioso uma busca incessante daquilo que ele considerava como “ pedrinhas” de saber:por menor que fossem as novidades dali se podia evoluir para coisas maiores e a história da cultura humana o confirma.Pequenas ideias geram grandes teorias e concepções.Como diz o filósofo Lao-Tsé, “uma grande caminhada começa com um pequeno passo” e uma divisa antiga,dita muitas vezes na mesa de jantar por meu pai: “devagar se vai ao longe”.

Então me propus a continuar lendo os grandes livros juridicos,inclusive os de minha formação,para ,se encontrar alguma coisa nova,colocar aqui.

Para substituir este projeto eu tomei a decisão de trazer um outro,antigo,que tem a ver com a minha formação desde tenra infância:o das enciclopédias.

A minha formação é muito parecida(mal comparando)com a do professor Antonio Cândido.Segundo uma reportagem de “ Ciência Hoje” dos anos oitenta ,o professor,quando era pequeno ganhou de presente dos pais uma enciclopédia e eles lhe disseram: “você vai se arranajando com isto aí”.

A enciclopédia foi a sua primeira e fundamental “educadora” .Comigo aconteceu o mesmo:a enciclopédia Delta Larousse foi lançada em 1970 para ajudar àqueles que tinham perdido o emprego na ditadura militar,notadamente depois do AI-5.
Ele era familiar,não para mim,mas eu a devorei a vida inteira até aos vinte anos.E um pouco mais na verdade.NA VERDADE até hoje.

O enciclopedismo não é só construir livros complexos para reunir verbetes úteis.É uma “ ciência também que exige conhecimentos complexos e que cria novos ramos do saber:interdisciplinaridade,classificação das ciências e saberes ,arquivistica etc.

A minha atitude interdisciplinar vem de Marx,que era ,de certo modo, um enciclopedista(como Hegel[o Capital é uma enciclopédia]),mas também da enciclopédia Delta Larousse,num sentido mais pessoal.

Esta série trata pois das minhas leituras da enciclopédia e convido o leitor,os meus amigos, a fazer a mesma viagem que eu fiz ao longo da vida,por dentro dela e de outras também ,não sem tratar da questão “cientifica” que ela representa.

quarta-feira, 20 de setembro de 2023

Tales de Mileto

 A Anna Graziella

A minha amiga ,aqui da freguesia,Anna Graziella,me pediu para fazer um artigo explicando Tales de Mileto,o criador da filosofia e da ciência,o primeiro pré-socrático e eu a obedeço agora.De bom grado naturalmente.

Tales é muito pouco conhecido.As fontes sobre a sua vida e seu trabalho são poucas,vindas de Aristóteles e outros pensadores que só conseguiram coletar algumas informações.

Sabe-se que era astrônomo e que previu um eclipse lunar e que elaborou um dos principios da filosofia.

Na história existem pessoas que são reconhecidas por ,às vezes,um papel,um artigo,uma frase,um fato,que nem sempre elas previram.

Lutero só é conhecido pelas 95 teses que ele pregou na igreja de Wittenberg,em 1517.

Einstein ficou famoso por uma idéia e por cinco artigos publicados em 1905.

Ferreira Gullar costumava dizer que só por três quadros Leonardo Da Vinci já teria um lugar na história da pintura e da humanidade.

Tales é o mais extraordinário caso ,porque ele é lembrado por uma única frase; “tudo é água”.

Levando em conta que esta afirmação é falsa,porque a água não é mediação criadora de tudo ,em razão de quê isto é importante?

Quem deu esta resposta foi Hegel,na sua “História da Filosofia”:quando Tales elaborou esta sentença criou o chamado “ logos”, a razão explicativa e que ,como tal,deriva de um principio que pode ser desenvolvido filosóficamente.

Mas não no interior do pensamento de Tales.

Nós vimos no artigo sobre Empedocles,que os monistas,como ele próprio e Anaximandro,Anaximenes,Heráclito, tiveram o mérito de trazer categorias novas para este “logos”,o discurso explicativo,mas o pensamento monistico primevo e inicial não teve como se desenvolver senão a partir de uma ruptura com a causa única.

No entanto não existem os outros sem primeiro Tales.

A questão também da sentença,da sentença significativa,que foi recuperada séculos depois por Nietszche e pela filosofia da linguagem,aparece nesta frase de Tales.

Agora eu sou um articulista que atende a pedidos,com todo o prazer.Se alguém quiser é só pedir.


sexta-feira, 15 de setembro de 2023

Empédocles Monismo ou não? Ilusões da filosofia e dos filósofos

 

Quando se lê as elucubrações de Aristóteles na “Metafísica” sobre Empedocles e as suas quatro causas nós vemos inumeras e importantes consequencias deste pensador.Mas acima de tudo também prescrutamos pela primeira vez as ilusões da filosofia e dos pensadores por mais geniais que sejam,inseridos que estão na sua época sempre condicionada por limitações.

Até Empédocles,segundo Aristóteles, só haviam filósofos monistas,ou seja,que defendiam uma causa única para todas as coisas:Tales,Anaximandro,Anaximenes,entre outros,mas ao surgir Empédocles de Agrigento,com suas referidas quatro causas,este principio único parece ter acabado e influencia Aristóteles porque a passagem(modal)entre uma causa e outra parece indicar um principio de mudança que “ derrota” o monismo.

Empédocles é visto por Aristóteles como uma base fundamental de seu pensamento,exatamente por causa destas modalidades e aí,entre outros, estes fundamentos originam em grande parte(também)a filosofia do estagirita e a filosofia ocidental como um todo,porque não era possivel prosseguir dentro do monismo inicial dos jônicos.

Contudo é uma ilusão de Aristóteles pensar que isto acaba com o monismo:ele continua neste conceito de mudança,de multipla determinação fechada.

A múltipla determinação nos lembra outro filósofo:Hegel.Com fraturas e desvios salutares, há uma linha entre Empédocles e Hegel,passando por Aristóteles.

A “ crença” na mudança,que Aristóteles desenvolve a partir daí,é um principio também ,o qual não se resume na questão do movimento,do modo do movimento.

Existem muitos elementos relacionados(na linguagem)com o movimento:o tempo,os modos do tempo,fluxos,mudança(conceito),novo,que não têm como ser reunidos nesta categoria.

Aristóteles ficou preso então na armadilha do tempo,que ele pensara abarcar pelo seu pensamento,porque o tempo,a sua passagem ,mostrou verdades que ele não conhecia e ele não tinha um instrumental para destruir o monismo,como ele pensara ter feito na Metafísica.

domingo, 3 de setembro de 2023

Massacrados

 Os crimes de Stalin

Na questão da abordagem dos crimes em nome do socialismo e do comunismo tem uma importância capital para mim o fato de eu só ver as mesmas fotos “ comprobatórias”.

Todas as outras que eu vi ao longo da vida não mostram os acontecimentos alegados.

Se nós compararmos com a visibilidade dos crimes nazistas nós vamos ficar preocupados,como eu fico.

Também,no entanto,não se há de negar que os crimes do Rei Leopoldo II ,as comissões da verdade na África do Sul,as comissões da verdade nos países do cone sul,no Brasil ,não trouxeram senão depoimentos e mesmo estes,tão substantivos não são objeto de questionamento,sem apresentar fotos dos crimes propriamente ditos.

No caso dos crimes de Stalin,em nome do comunismo e do socialismo,a intersecção ideológica,os interesses politicos assumem um peso muito diferente dos outros casos.

Se nós pegarmos os crimes nazistas nós vemos toneladas de pessoas amontoadas mortas por fome e outras ignominias.Nos outros casos não se vê nada.

A pura e simples narrativa só tem valor se as narrativas forem bem circunstanciadas,bem concatenadas e referentes a pessoas reais.

Uma das coisas que eu como pessoa de esquerda tenho necessidade de ver estas pessoas por trás das estatísticas.

As estatisticas parecem se reportar ao critério próprio de Stalin,que elaborava listas durante as madrugadas,colocando sobre nomes reais certas notas,um x em vermelho.

Até ao presente momento só tenho visto estatísticas e narrativas.Atenção leitor,não quero anunciar a minha reconciliação com Stalin.Apenas gostaria de ver estas pessoas,de sentir no rosto delas o peso de algum sentimento revelador.

Ora a postura de luta;ora uma contrariedade controlada como do cientista Vavilov,oponente mais qualificado do que Lyssenko;ora a ironia;ora a tristeza.

As narrativas e estatísticas parecem causar no meu âmago a mesma sensação de repulsa à Stalin.Nas minhas pesquisas o “ mundo de Stalin”parece estar sempre presente.

Não consigo sair deste circulo e isto me assusta.Eu já me referi a este problema:os crimes de stalin são iguais aos que o ocidente cometeu e por isso parece haver uma recusa em repudiá-los porque se assim é,é o passado da humanidade que deve ser revisto.E muita gente em todo o lugar não quer fazer isto.