domingo, 5 de março de 2017

Meu encontro com Marx só



O papel da religião afinal


Para concluir a discussão sobre o papel da religião no âmbito  do marxismo não acho possível condicionar comunismo ou socialismo ou qualquer coisa com o fim da religião.É surreal e irreal isto aí.Como é que um punhado de revolucionários russos,em 10 anos ,poderia acabar com uma religião de 1500 anos?
O que os bolcheviques fizeram foi um acordo ,nem sempre cumprido(por parte deles)com a religião ortodoxa,para que as partes se entendessem em nome de uma situação que já não tinha mais volta.
Fizeram politica no sentido mais tradicional e primitivo ,para manter o seu poder e   isto se aprofundou ainda mais com Stalin e o stalinismo.
Não tenho  certeza se a finitude humana vai ser uma base constante para a  necessidade da religião.Particularmente acho pouco.
O que disse no artigo anterior foi exatamente para  demonstrar que contrariamente ao que pensava o velho Marx  ,a religião não é apenas uma forma da manipulação de consciência social,mas é também uma forma desta última expor as suas contrariedades.” O respiro da criatura oprimida”.Marx deixou de desenvolver isto aí.
Quando Engels ,em seu livro sobre o cristianismo primitivo, compara este movimento com  o movimento operário ele põe como óbice a religião e preconiza para o movimento operário o abandono desta consciência falsa,mas a verdade é que a realidade do socialismo real no século XX indica uma convivência inevitável,voltando aos pródromos de Voltaire:o além-túmulo,a existência de Deus são uma teoria,que não deve atrapalhar o movimento social,como Engels ensinou na  comuna de Paris aconselhando a deixar a religião para o foro íntimo.
Entendo ser dificil conciliar a igreja católica,o movimento cristão-católico, com o socialismo e o comunismo,mas a idéia de Deus,os valores(alguns pelo menos)podem andar juntos sem problemas.

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