O papel da religião afinal
Para concluir a discussão sobre o papel da
religião no âmbito do marxismo não acho
possível condicionar comunismo ou socialismo ou qualquer coisa com o fim da
religião.É surreal e irreal isto aí.Como é que um punhado de revolucionários
russos,em 10 anos ,poderia acabar com uma religião de 1500 anos?
O que os bolcheviques fizeram foi um acordo ,nem
sempre cumprido(por parte deles)com a religião ortodoxa,para que as partes se
entendessem em nome de uma situação que já não tinha mais volta.
Fizeram politica no sentido mais tradicional e
primitivo ,para manter o seu poder e
isto se aprofundou ainda mais com Stalin e o stalinismo.
Não tenho certeza se a finitude humana vai ser uma base constante
para a necessidade da
religião.Particularmente acho pouco.
O que disse no artigo anterior foi exatamente
para demonstrar que contrariamente ao que
pensava o velho Marx ,a religião não é
apenas uma forma da manipulação de consciência social,mas é também uma forma
desta última expor as suas contrariedades.” O respiro da criatura oprimida”.Marx
deixou de desenvolver isto aí.
Quando Engels ,em seu livro sobre o cristianismo
primitivo, compara este movimento com o
movimento operário ele põe como óbice a religião e preconiza para o movimento
operário o abandono desta consciência falsa,mas a verdade é que a realidade do
socialismo real no século XX indica uma convivência inevitável,voltando aos
pródromos de Voltaire:o além-túmulo,a existência de Deus são uma teoria,que não
deve atrapalhar o movimento social,como Engels ensinou na comuna de Paris aconselhando a deixar a religião
para o foro íntimo.
Entendo ser dificil conciliar a igreja católica,o
movimento cristão-católico, com o socialismo e o comunismo,mas a idéia de Deus,os
valores(alguns pelo menos)podem andar juntos sem problemas.
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