Eu voltei aqui para analisar a questão de Kant e Ariano Suassuna,para esclarecer certos problemas que aparecem frequentemente quando faço uma defesa deste filósofo.
Não estou afirmando de jeito nenhum que a percepção do mundo não seja válida.Que não se possa saber nada.Isto aparece sempre que Kant é defendido.
Então,nós não podemos ter certeza de nada?Não podemos confiar na policia ao investigar um crime,porque não se conhece a coisa em si?
O próprio Kant procurou,na Estética Transcendental,se afastar do Bispo Berkeley,garantindo que é possível conhecer sim ou fazer uma conexão real com o mundo,através da percepção.
Mas nós conhecemos este dasein,este “ isto” que está diante de nós.O que não podemos é um conceito universal,uma apreensão universal de tudo e saber tudo sobre este “ isto” que se coloca diante de nós.
Mesmo na investigação de um crime,se observarmos bem,muita coisa fica irreparavelmente escondida.Num acidente aéreo também.
Não há como restituir o real total em circunstância nenhuma,mas parte dele sim.
A totalidade hegeliano\marxista é só uma construção ,uma união de partes e parcialidades do real,segundo critérios previamente estabelecidos.
Kant acredita que algumas coisas são universais,mas a crítica deste pensamento é algo mais complexo e para um outro artigo.
Aqui eu pretendo dirimir estas desconfianças recorrentes sobre a impossibilidade de conhecer,que não provém de Kant.
Na análise investigativa de um crime,de um acidente aéreo,a percepção dos fatos é conhecimento sim e tem como produzir os efeitos desejados,bem como o ato de fazer ciência tem elementos de comprovação certos e claros.
Não é o fim da previsibilidade científica,mas uma sua relativização.Uma limitação essencial da certeza.
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