quarta-feira, 26 de novembro de 2025

As várias dialéticas

 

Inicio aqui o meu texto tão esperado sobre as várias formas de dialética que eu espero desembocar em Hegel\Marx. Eu vou associar esta nova linha de pesquisa com a discussão sobre as categorias da dialética constantes dos manuais soviéticos que eu estudei quando era mais jovem e neófito do marxismo.

Este trabalho está podendo ser feito única e exclusivamente porque encontrei uma lista destas dialéticas num livro de sociologia de Georges Gurvitch.

Ele inicia a sua lista com o indefectivel Platão.Em um artigo há muitos anos passados eu já houvera posto o problema de se não há ou não uma dialética em Platão e revelei que para alguns autores sim e para outros não.

Contei uma historinha de que perguntei-o a meu professor Sotero Caio,da UERJ e ele meio enfadado disse que não porque Platão afirmou que para contrapor dialéticamente os seus termos,de modo a realizar a sua ascese teve que fazer o seu famoso “ parricidio” com relação a Parmênides,o homem do “ o que é,é e o que não é”.

Mas na verdade o reconhecimento do parricidio mostra o contrário:ó há parricidio quando se mata o pai e as suas concepções que ficam esquecidas ou superadas.

Ele teve sim que construir uma dialética,muito retorcida.Uma dialética só ascensional,que recusa a queda na empiria e que se constitui por uma recusa da sensibilidade pela metade,porque ela é essencial à ascese.

Há dialética porque não há uma recusa total mas um reconhecimento do perigo que é cair na empiria na doxa(opinião),procurando lembrá-lo permanentemente no processo de subida à pefeição,ao mundo das ideias perfeitas.

Gurvitch faz uma lista de características das várias dialéticas:positiva,negativa,apologética,intuitiva,empirica,racional,ascendente,descedente e assim por diante.

A de Platão ele diz ser apologética,ascendente,positiva e racional.O destrincharemos em um próximo artigo.

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