Certa feita wittegenstein fez uma observação que o professor Leonardo
Boff gostava de citar:”o conhecimento menos afeito à existência é o da
ciência,porque objetiva”,mas nesta frase nós temos que levar em conta o termo menos porque nós não podemos simplesmente
afirmar a alienação do homem diante da objetividade,que se poderia cristalizar
na frase de Nelson Rodrigues “ os idiotas da objetividade”.
A objetividade não é tão idiota assim,mesmo porque ela é,a
partir de Kant,construída pelo sujeito cognoscente ,influencia-o e é influenciada,naturalmente,por
ele.
Então este menos dá
a medida do papel da ciência para o sujeito humano.Muitos afirmam que a
principal contribuição do conhecimento científico objetivo é mostrar exatamente
os limites da subjetividade,entre outras possibilidades espirituais,como o seu valor axiológico e o aprendizado
pegagógico ,de quem faz ciência,mas ela é existência também.
Por isso nesta medida está claro que nem o sujeito ,nem o
objeto estão separados na cultura humana.Eles podem estar no inconsciente,na
individualidade e nestas mediações
também ,aí sim,este menos pode
ser nada ,na medida das diversas
atitudes que o sujeito pode ter diante do
objeto:desinteresse,ignorância,distorção e até repulsão,mas de qualquer
forma,no âmbito do estudo,dentro da cultura humana,destas atitudes,não se pode
fugir de uma dialética da inevitabilidade do conhecimento para o sujeito,que é
tocado ou tocável por ele,no seu tempo de vida,pois só se fala nestas coisas
tendo como referência o conhecimento.Até na alienação psicológica ela só o é na
medida da não-relação com o conhecimento.
Assim sendo a mediação autoritária,qualquer que seja
ela,entre o mais simples dos mortais e o conhecimento não existe,não sendo a
produção do conhecimento algo de cima para baixo,mas numa relação
equivalente,não-igualitária,mas envolvendo o saber e o não-saber,o que sabe e o
que não sabe.
E este menos implica
não a não existencialidade da ciência,mas o seu modo,o seu modo de existir.
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