Ao tomar contato,pela primeira vez,na Universidade,com os Tratados
de Wittgenstein os rejeitei como completamente fora do lugar.Mas,na
verdade eu o fizera mais por causa da sua aplicação
filosófica,que,por sua vez expressava a idéia(até hoje para mim
errada)de que a sua proposta era “ filosofia” e,pior ainda,a
filosofia definitiva.
A proposta de Wittgenstein é de uma lógica e há uma diferença
entre lógica e filosofia.A lógica já é um começo de
profissionalização da filosofia e lhe pertence em geral,mas há
uma distinção não notada por ele e por muitos de seus
seguidores,que quiseram refundar todo o pensamento filosófico a
partir das suas proposições lógicas.E é assim que consideramos
Wittgenstein e sua obra:como lógica,não pensamento filosófico.
E neste sentido ,certa vez,perguntei a uma professora minha
professora especialista,se a lógica formal era a de Aristóteles e
ela disse:”Não,esta lógica (de Wittgenstein)é que é”.
Então a minha primeira abordagem de Wittgenstein é discutir a
natureza deste conhecimento.
Ora, a lógica formal atribuída a Aristóteles se define pelo
princípio da identidade:A=A,tanto no discurso do
sujeito(logos),quanto na Physis(logos[adequação com o logos interno
da Physis]).Mas neste último caso a physis é apreendida por sua
forma e substância(aquilo que está sob o Ser).
A lógica formal,na sua definição clássica,aristotélica,não
prescinde desta conexão entre forma e substanz.O movimento físico
não é admitido e portanto a questão do movimento do Ser se resolve
na das suas transformações:quando a substância muda, a forma
muda.
No futuro Hegel estabelecerá uma conexão dialética contraditória
entre estas duas categorias,bem como nas outras,provindas de
Aristóteles.Mas eu tratarei disto em outro trabalho.
Porque então a minha antiga professora(que ainda deve estar dando
aula,pois era muito jovem)chama o “ Tractatus” de Wittegenstein
de lógica formal?
O Tratctatus de Wittgenstein aborda os fatos do real.O novo objeto de
investigação e organização são os fatos.Os fatos são mais do
que a forma e a substância.Eles se referem a toda uma pletora de
fenômenos desconhecidos de Aristóteles:os simbolos,os fatos sociais
e culturais que passaram a ser obejto de estudo no século XIX.
O que faz Wittgenstein é incluir estes fatos,nos quais,eu
pergunti:se pode manter os conceitos e categorias de Aristóteles?
Se respodermos positivamente teremos que dispensar de vez a
Metafísica(ontologia)de Aristóteles.E se não fizermos qual o papel
de cada uma destas lógicas?
A minha resposta a estas indagações,que começaram com o diálogo
com a professora,há muitas décadas,é que a lógica de Wittgenstein
abarca ,em termos, a de Aristóteles.Ambas são formais ,mas com
objetos diferentes.
Os fatos são fenômenos se substância?Acaso a Physis não pode ser
apreendida como fenômenos,como fatos.Tudo gira em torno da substanz.
Se a lógica dos fatos atinge ou toca minimamente que seja a da
Physis é um problema a resolver,mas de antemão digo que a Physis
subsiste não só como lógica,mas também como ontologia.
Talvez ,e eu estou com esta assertiva, o Tractatus acabe com a
metafísica,com os sistemas fechados,mas é outra questão complexa
que quero colocar aqui em próximos artigos.
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