Agora que nós entendemos como funciona a fenomenologia a partir de nossas análises de Heidegger,podemos usá-la para entender o sentido em vários ramos da atividade humana.
Hoje vou tratar da História:o biógrafo Jon Lee Anderson cita um episódio da vida do biografado.Depois que el che deixou de ser guerrilheiro,para tornar-se ministro da economia,um companheiro das lutas o tratou com uma rispidez típica do tempo passado,ao que Guevara redaguiu:agora companheiro,tem que levar em conta a minha posição aqui.Já não somos guerrilheiros.
O antigo revolucionário foi absorvido pelo estado cubano,que ele,como marxista,queria(e devia)acabar,mas ao contrário,usa o seu novo papel para exigir um respeito diferente,uma vez que senão ele e o estado,representantes do povo,poderiam ser atingidos.
Fenomenologicamente,a essência de guerrilheiro comunista foi substituída pela de ministro da economia,de um país especifico.
Tal mudança de essência enseja e organiza vários debates e discussões em torno do personagem:ele deixou de ser comunista autêntico(segundo a teoria)quando assumiu este posto?Existe uma ruptura real entre o guerrilheiro e o ministro?Se assim for ,tal pode ser aplicado a outros personagens do mundo comunista.E ao comunismo,ao tomar o poder do estado.
Existe uma essência de Guevara?Talvez a fixemos narrando a sua biografia e então podemos dizer que nos referimos a este ernesto,já que não existe uma ernesticidade padrão(aristotélica)que una todos os ernestos do mundo ou alguns.
E outras questões podem ser aventadas aqui:o que definiria o dasein,o “ isto” de Ernesto Che Guevara?Qual a sua verdade moral e psicológica?
Há compossibilidade entre o humanismo de Guevara e o ato dele matar um jovem porque roubou leite em pó?
Quem defende que só a policia possa usar armas,pode defender Guevara,que aconselhava que o povo ficasse armado?
Perguntas a serem respondidas nos próximos artigos.
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