Não há problemas em um corpo social se todos se gostam.Tal é dificil na sociedade como um todo.Um dos sonhos da revolução russa e da utopia em geral, é transformar a divisão de classes em “o reino do amor”:retiradas as barreiras que separam o homem do homem,ele se abraçará em definitivo,com o seu próximo,porque ele reconhecerá a humanidade do outro e em si mesmo.
Esta visão idealizada provém do cristianismo ,que preconizava um mundo extático,em que os homens não põem nada entre eles,vivendo para sobreviver e para congraçar diariamente com o seu semelhante.O ideal medieval da (quase)imobilidade.
Mas diante da evolução histórica da humanidade,com esta idealização sendo contraditada pela verdade da sociedade,as discussões passaram para pergunta sobre aquilo que separa os homens.
E aí Rousseau,no “discurso sobre a desigualdade”,acusa a propriedade.
A partir daí todos amplificaram a idealização e esperam afastar a propriedade para chegar àquele mesmo desejo do cristianismo ,sem o admitir.
Mas na verdade não há prova nenhuma de que o afastamento resolva de vez e automaticamente,o imbroglio da humanidade.
Mais ainda os homens são diferentes e as relações sociais são complexas.
O socialismo é resultado desta ingenuidade:tornou tudo coletivo está solucionado o problema,porque ser coletivo,isto é,ligado ao seu semelhante,tornou-se humano.
Eu nem vou usar o fato de que existem más pessoas no âmbito da humanidade,para destruir esta idealização,mas o ideal de humanidade,mesmo que ela fosse boa,por inteiro,é apenas uma construção sobre o que seria o bem final.
Todo ideal é uma referência geral do que seria bom,do que é a humanidade,porque uma definição dela é sempre parcial,não total ,do que é a coisa definida.
Por isto identificar a humanidade com o socialismo é idealização.Com consequncias graves.
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