Ocorreu-me esta semana uma questão,quando vi um video de Ariano Suassuna criticando a “ding-an-Sich”,quer dizer repetindo as críticas tradicionais.
Kant,como já expliquei,nunca disse que não se pudesse conhecer algo,um copo na mão(como no video),uma mesa,ou uma pessoa.O dasein ,o isto que observamos no imediato é plenamente cognoscível.
Contudo,uma definição geral de uma coisa,não é possível de fazer,porque existem inúmeras manifestações delas próprias,não uma só.
O copo na mão de Ariano Suassuna não pode ser definido por uma essência geral de copo.Copo é definido como um recipiente que retém liquidos a serem bebidos ou manipulados.
Só nesta definição nós podemos incluir uma gama quase que infinita de recipientes que possuem usos diversos do copo.
Até mesmo se juntarmos as mãos e bebermos água poderíamos chamá-las de copo?
A filosofia e a razão não provam que a realidade existe.O ser humano só tem a percepção das coisas.O Dasein,o isto que observamos o apreendemos pelos sentidos:há uma adequação entre a expressão linguística do copo,este copo,que a une à percepção,mas,como acabamos de ver,a definição do que um copo é,para além da percepção de um copo singular,este copo,não é possível.
A expressão linguística do dasein é só pela descrição/narração do que ele é,mas mesmo assim é dificil restituir o real.Este copo é bojudo,como tantos outros;é transparente,como tantos outros ,serve para beber liquidos,como tantos outros;serve para beber vinho,porque tem uma abertura menor que permite sentir o bouquet e assim por diante.
No fundo só se pode dizer que o copo tem características e foi usado num contexto especifico,numa data e numa ocasião,cujos critérios de identificação são meramente convencionais:no dia x do ano x Ariano Suassuna pegou um copo na mão e o usou para desancar Kant.
Acaso então não se pode fazer um nexo cognitivo,no caso ,por exemplo,de crimes?