Diante de uma “nova” realidade natural Descartes tem diante de si uma necessidade também nova:o definir o tempo.Nós temos que entender a questão do tempo:vários instantes numa sucessão.
Mas estes instantes são interligados?Diante de uma natureza que é vista agora sob o conceito de extensão como se pode entender estes instantes sem inter-relacioná-los?
O tempo,para estar na extensão precisaria ser um fluxo,vórtices.Gassendi opõe às concepções de Descartes,para quem o tempo é esta sucessão,uma ideia de fluxo que segue a extensão da natureza.
O tempo é elaborado como conceito e prática pelos homens,na observação diuturna do movimento,o movimento dos corpos,das coisas.
Mas as coisas,os corpos ,se movem em determinados momentos ,distinguidos pelos observadores.Quando se observa um carro se movendo nós podemos separar os momentos de sua locomoção:o primeiro momento perto de uma árvore,o segundo perto de um hidrante e assim por diante.Mas isto demove o caráter da extensão do objeto,do carro?
Mas objetar-me-á alguém que todos estes momentos não se comunicam,senão a partir desta extensão,que Descartes e os cartesianos definem.
Mesmo assim nós podemos definir que nesta extensão,que comunica-se com o momento anterior e o posterior,há momentos também,com possivelmente outros referenciais ,diluindo-a totalmente também,de modo infinito.
Em Descartes se fala de instantes infinitos que são apreendidos de modo fugaz e que não há como limitar estes instantes e o tempo.
Embora seja em última instância uma abstração criada pelo homem,a física moderna demonstra a veracidade desta assertiva ,de que há instantes infinitos:um átomo se movimente em instantes também.
Fala-se inclusive em átimo,o tempo de um átimo,o de movimentação do átomo e seus constitutivos,elétrons e prótons.
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