quarta-feira, 17 de junho de 2015

SÃO BERNARDO

Série:filmes  que  assisti





UM  OUTRO  FILME*E  UM  LIVRO)QUE  ME  IMPRESSIONOU  MUITO  FOI São  Bernardo de Leon  Hirshmann,baseado  em  Graciliano.E  a  cena  impactante é  a  da  discussão dos  dois  coronéis dividindo  um  propriedade.
Esta  seqüencia  ,para  mim ,é  mítica,como  todo  o  livro,quedefine na  literatura  o  que é  um  latifundiário,o  que é a  cultura  do  latifúndio,que  fundamenta  esta  nossa sociedade arcaica  ,brasileira.O  modo  como  o  "  herói"  do  romance,Paulo  Honório,  resolve  o  problema  é conhecido...
A representação  cinematográfica de  Graciliano  não  exige música  de  fundo.A  secura  famosa do  autor  é falsa porque a  humanidade  pungente  que  recende  da narrativa substitui esta  necessidade  para  quem  a aprecia  atentamente(e    o faz  quem  tem humanidade).É  assim  no  romance  e  no  filme.
Costuma-se  estabelecer  um  justa  conexão(eu  resisto,depois  explico)  entre  Dostoievski e  Graciliano,em elaborar personagens  no  limite  e isto  vale  para os  de São  Bernardo.
Eu  digo  que  eu  resisto porque  não quero    dizer  que  Graciliano  é  um mero  imitador  de  Dostoievski.Graciliano  é,no  contexto do  ciclo  nordestino,um  analista  do  homem  brasileiro,mas  sob  a  perspectiva social.Ele  é  diferente  ,por  exemplo,
de  um Nelson Rodrigues,que  analisa outros aspectos  do  homem  brasileiro(uma ética da responsabilidade,o sexo e  a traição).
Mesmo Angústia tem  que  ser  visto  por  este  prisma  social,apesar de Ledo  Ivo,em  um  documentário  afirmar que Angústia  é  "só"  um  romance de amor e  traição,mas  não  é    isso,porque  o amor,nele,acaba e  é  mediatizado por razões  econômicas,porque a   personagem feminina  central,honestamente,não se  casa  com 
Luis  da  Silva  por  ele  não  ter  dinheiro.
É  um  romance  social  urbano  sim.
Pois  bem,em São  Bernardo existe  um  romance também,mas  serve  para  discutir  as expectativas  de  cada  um  dos  brasis,um  progressista(a  professora)e o arcaico(Paulo  Honório,o latifundiário).Do  conflito  entre  os  dois não  nasce  nada,senão  o  vazio,a  esterilidade,e...a  morte.


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