Freud sobre o marxismo
O cerne da dissensão de Freud quanto ao Marxismo,o é em
relação ao seu monismo econômico(economicismo diria eu).
Para Freud outros fatores jogariam um papel tão decisivo
quanto esta mediação.E a “ libertação” do processo econômico não significaria
uma libertação total da vida humana,pois o homem teria que se haver com estes
outros fatores que operam na sua vida.
Se o objetivo de Marx é deslindar esta “ exploração econômica”
Freud afirma que significados,símbolos,valores não são redutíveis a esta
problemática ,antes lhe são transcendentes.
Freud não analisa as questões históricas,embora tenha ido
buscar certas fontes em alguns livros,como “ Totem e Tabu” e “ O Mal –Estar na cultura”,mas compreende que
a formação destes símbolos,significados e valores têm uma origem no tempo e se
transformam no seu fluir,sendo condição do crescimento humano o tomar consciência
destes fatos.
Freud,neste último livro,chega a ridicularizar as visões do
bom selvagem,como se ele tivesse superado a sua inadequação natural
humana(neurótica) e se constituísse por isso num modelo para o homem atual.
Mas o reconhecimento desta inadequação é um fator
decisivo,que nem a pura luta econômica por liberdade pode suprimir como
problema,mesmo após a “ vitória”(da revolução).
As revoluções são ideais,que como todos ,falseiam a
inevitabilidade da necessária frustração humana.
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