Série Filosofia
Desde que estudei mais a obra de Nietszche, na
UERJ,no curso de especialização ,sempre achei que havia contradições em seu “
sistema”.Na época ainda me atiçava a mente o fato dele defender a “ vontade de
poder”,que teria sido a base da relação de sua filosofia com o nazismo.
Os meus professores na ocasião me
corrigiram,dizendo que Nietszche se referia sempre à “ vontade de potência”,afirmação
da perspectiva(dir-se-ia individual [termo
impreciso]{não muito presente nele}) e isto é uma verdade.
Contudo o termo “ vontade de poder” também está
presente em “ A genealogia da moral”,numa flagrante contradição com o outro.A
coragem para vir aqui e “ denunciar” esta contradição veio da leitura de Eugen
Fink,” O pensamento de Niesztche” onde ele mostra outras possibilidades de
sistemas no filósofo.
E não é só isso:frases e mais frases de Niezstche
guardam pouca concordância umas com as outras.Algumas idéias parecem defender o
direito de uma perspectiva ética ,para além do rebanho, e outras ,o sentido
oposto de criar uma nova aristocracia!
Eu tenho sido muito crítico com Lukács na
abordagem que ele faz de Niesztche,mas este apego à aristocracia casa bem com a
aristocracia Juncker na Alemanha que realizou a unificação.O “ ferro,sangue e
lágrimas” de Bismarck, associado a uma conduta pessoal, parece mesmo compor bem
com o clima nacionalista da época.
O filósofo parecia ter uma descompensação
emocional,por falta de reconhecimento(“há homens que nascem póstumos”[numa
postura muito parecida com a de seu escritor favorito Stendhal])e por isto
buscava nesta atitude individualista uma forma de afirmação,a ser reconhecida
pelos outros.
Até ao momento em que a perspectiva subjetiva
tem realidade,isto é,verdade,tudo é admissível,mas como tenho dito ser
dissociado do resto é impossível e não há porque não preferir a “ moral crítica
de Marx” ao amoralismo de Nietszche .
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