Juro
novamente que não plagiei ninguém,mas quanto mais eu estudo mais
encontro antecipações do que tenho falado aqui sobejamente de Kant.
O
último caso foi Herder,um dos mais importantes representantes do
iluminismo alemão(aufklarung).Herder é um dos grandes
representantes deste movimento iluminista,que eu reputo melhor e mais
humano do que o iluminismo francês.Este último é excessivamente
cientificista e preconceituoso com a religião,inclusive
estabelecendo um repressão sobre a superstição tão “necessária”
quanto a da Inquisição,que queimou tantas bruxas.
O
Iluminismo,o francês e o alemão,não queimou bruxas mas criou uma
cultura de manipulação e exclusão daquilo que é tido como não
racional ou científico,que conduz a uma objetalização.
Mas
este é assunto para outro artigo.Agora tratamos de uma antecipação
por parte de Herder de coisas que eu disse aqui.Eu disse: na prática
o subjetivo e o objetivo se unem na experiência.
Estudando
Hegel descobri em um livro “Experiência e Metacrítica”em que
este autor analisa a “ Crítica da Razão Pura”de Kant,uma sua
afirmação dando conta de que o a priori e o posteriori,o
pensamento,pré-dado e o a posteriori,a experiência estão unidos
,segundo ele “na matéria “.Herder ainda não tem um
conceito,uma categoria da experiência,que só foi incorporada na
filosofia pelas pesquisas da psicologia no final do século XIX.
Mas
a verdade é que ele percebeu no século XVIII o que Coletti e eu
estamos falando:muito embora o a priori e o a posteriori em Kant são
reconhecidos,mas não se tocam,na prática,na experiência
humana,sim.
Para
Kant o a posteriori é reconhecido,mas só a priori é capaz,por si
mesmo,de dar sentido e significado àquilo que a sensibilidade
apreende.
Relembrando
o Juízo Analitico a priori:” Todos os corpos são extensos”,esta
afirmação é tautológica,pleonásmica,porque é óbvio que o corpo
é extenso.Há o reconhecimento de algo evidente e que não oferece
nada de novo ao pensamento humano tocado pela experiência.
No
juízo a priori sintético acrescenta-se ,pelo pensamento, um novo
predicado ao sujeito:” Os corpos são leves”.Os corpos podem ser
leves,pesados,azuis ou brancos,o pensamento atribui a eles estes
significados.
Nós
hoje diriamos que estas qualidades são adquiridas pela experiência
humana pelo contato com o mundo,mas Kant não tinha os instrumentos
para entender que esta capacidade foi obtida no tempo e no tempo
histórico.
Ele
entendia que este reconhecimento de qualidades múltiplas do Ser era
uma experiência que só tinha valor se o conhecimento a priori o
identificasse.
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