terça-feira, 18 de fevereiro de 2020

Herder e Kant

Juro novamente que não plagiei ninguém,mas quanto mais eu estudo mais encontro antecipações do que tenho falado aqui sobejamente de Kant.
O último caso foi Herder,um dos mais importantes representantes do iluminismo alemão(aufklarung).Herder é um dos grandes representantes deste movimento iluminista,que eu reputo melhor e mais humano do que o iluminismo francês.Este último é excessivamente cientificista e preconceituoso com a religião,inclusive estabelecendo um repressão sobre a superstição tão “necessária” quanto a da Inquisição,que queimou tantas bruxas.
O Iluminismo,o francês e o alemão,não queimou bruxas mas criou uma cultura de manipulação e exclusão daquilo que é tido como não racional ou científico,que conduz a uma objetalização.
Mas este é assunto para outro artigo.Agora tratamos de uma antecipação por parte de Herder de coisas que eu disse aqui.Eu disse: na prática o subjetivo e o objetivo se unem na experiência.
Estudando Hegel descobri em um livro “Experiência e Metacrítica”em que este autor analisa a “ Crítica da Razão Pura”de Kant,uma sua afirmação dando conta de que o a priori e o posteriori,o pensamento,pré-dado e o a posteriori,a experiência estão unidos ,segundo ele “na matéria “.Herder ainda não tem um conceito,uma categoria da experiência,que só foi incorporada na filosofia pelas pesquisas da psicologia no final do século XIX.
Mas a verdade é que ele percebeu no século XVIII o que Coletti e eu estamos falando:muito embora o a priori e o a posteriori em Kant são reconhecidos,mas não se tocam,na prática,na experiência humana,sim.
Para Kant o a posteriori é reconhecido,mas só a priori é capaz,por si mesmo,de dar sentido e significado àquilo que a sensibilidade apreende.
Relembrando o Juízo Analitico a priori:” Todos os corpos são extensos”,esta afirmação é tautológica,pleonásmica,porque é óbvio que o corpo é extenso.Há o reconhecimento de algo evidente e que não oferece nada de novo ao pensamento humano tocado pela experiência.
No juízo a priori sintético acrescenta-se ,pelo pensamento, um novo predicado ao sujeito:” Os corpos são leves”.Os corpos podem ser leves,pesados,azuis ou brancos,o pensamento atribui a eles estes significados.
Nós hoje diriamos que estas qualidades são adquiridas pela experiência humana pelo contato com o mundo,mas Kant não tinha os instrumentos para entender que esta capacidade foi obtida no tempo e no tempo histórico.
Ele entendia que este reconhecimento de qualidades múltiplas do Ser era uma experiência que só tinha valor se o conhecimento a priori o identificasse.

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