terça-feira, 25 de fevereiro de 2020

Herder e Kant II

Mas existem ainda outras consequencias.Uma autora alemã que descobri na internet ,Anna Tumarkin,em seu livro “Herder und Kant”,analisa as relações entre Herder e Kant.E as conclusões dela são obvias.Quando Herder se refere à unidade entre o a priori e o a posteriori ,na matéria, Herder inaugura,junto com outros ,um princípio que faria fortuna nos séculos seguintes:o monismo ,que é o pensamento filosófico que supõe existir uma causa única para todas as coisas,para os fenômenos,para o Ser.
A bem da verdade o principio do monismo é uma continuidade com relação ao pensamento dominante no passado,como o jusnaturalismo,que pressupõe leis naturais válidas desde sempre,em todos os tempos,a partir das leis naturais.
Curiosamente,por razões transversas,mediatas,as concepções se tocam e se separam e a compreensão destas relações tortuosas nos ajuda a entender precisamente o que pensam os filósofos realmente.
Quando o pensamento dos filósofos vai para o senso-comum se dá um imenso problema,que aos poucos é preciso dirimir.
O monismo,segundo a definição é aquele princípio pelo qual tudo se reduz a um principio só que gera todos os outros.No século XIX o principal representante deste movimento foi o biólogo evolucionista Ernst Haeckel,mas o monismo ,identificado com o materialismo, surge no iluminismo alemão,especialmente por Herder.
A ideia de que tudo está interligado e tem um ponto de partida provém também da filosofia em geral,do logos explicativo,que parte de um princípio,conforme as formulações de Aristóteles em a “ Metafísica”.
Neste sentido as ideias de Marx e Engels da cadeia de causa e efeito,dentro da totalidade dialética ,é igualmente um monismo.
Turmakin mostra que Kant com sua “doutrina transcendental dos elementos”pelo menos abre um senda de investigação,admitindo que a experiência humana,organizando racionalmente os elementos do mundo,tem um caminho variado e quiçá infinito de possibilidades.

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