quarta-feira, 7 de outubro de 2020

O que me chama a atenção em Freud

 


Resolvi retornar a este tema porque muita gente não compreende o que quero fazer com Freud e fica me cobrando um conhecimento técnico que eu não tenho e não procurei ter.É claro que para estudar Freud há que conhecer o seu pensamento e a sua prática médica,mas os limites entre isto e o que eu pretendo devem estar bem claros para quem me lê,a fim de evitar incompreensões.

Conforme tenho dito inúmeras vezes o que me fascina em Freud e o que o distingue do que veio antes dele ,é ter mostrado a inadequação do homem,do sujeito ,com a realidade.

Eu não vi em lugar nenhum este tipo de conceituação.De modo geral as pessoas se referem a isto como “a insuficiência do real”:toda a tradição do pensamento até Freud(com algumas fraturas eventuais)buscava uma explicação suficiente para todos os problemas.Finda a investigação encerrava-se o processo de conhecimento.Embora no Freud estritamente médico possa se fazer esta afirmação,a sua influência sobre o processo de investigação e sobre a vida não se resume nele,porque o inconsciente,por sua definição,é algo permanentemente prescrutável.

Pela primeira vez na História há uma fratura permanente na racionalidade.O mistério do conhecimento para a razão era só um momento prévio para a sua inevitável vitória explicativa.Com o inconsciente este momento é permanente,extensivo e marca uma posição limitadora diante da razão.

Então eu não começo senão depois que acaba a terapia.Solucionada a neurose ,a permanência desta dicotomia razão/inconsciente é o que me impulsiona.E o que surge da terapia desta dicotomia é o que me interessa.O que a perpassa também.

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