domingo, 24 de janeiro de 2021

Popper e Kant

 

Novamente vejo um filósofo que concorda com as “ minhas” ideias sobre Kant.Mas como este filósofo viveu e morreu antes de mim eu é que concordo com as ideáis dele...

O seu nome é Karl Popper.Eu fui por outros caminhos,por minha intuição,mas cheguei a conclusões iguais as dele.

Lendo o seu famoso artigo “ What´s dialetics?”antes de analisar os descaminhos da dialética hegeliana,Popper faz uma retrsopectiva do nascimento desta dialética ,que,como se sabe ,começou em Kant mesmo.

Esta subjetividade que se encontra a partir deste último,diante do mundo,é a origem da dialética hegeliana,mas também da filosofia que conduz ao seu surgimento,representada por Fichte e Schelling.

Fichte diz que esta subjetividade cria o mundo.Para Schelling o eu,a subjetividade está oposta à natureza e ambos se interpenetram.

É daqui que Hegel constrói a sua concepção afirmando que ,segundo Popper,a subjetividade e o real se identificam,se integram dialéticamente.

A consciência infeliz ,que busca conhecer o mundo,para tanto deve admitir o movimento do Ser e para isto integra o sujeito ao objeto num processo de integração e desintegração permanentes.

A questão de saber se Hegel entendia o mundo real como dialético(se o real é dialético)se apresenta na assertiva “ o racional é real”.O racional subjetivo se identifica com algo que está fora dele ,mas que tem também racionalidade dialética.

Marx pode ter pensado que as ideias é que formavam a dialética.Talvez ele pensasse ser este um problema tanto de Hegel como de Kant,como idealistas que eram,mas na verdade esta frase famosa mostra que ele pensava que a realidade era dialética ,sendo a colocação por Marx da dialética “ sobre os seus pés”,inválida,falsa.

Da mesma maneira Kant não é idealista,como pensam Marx e muitos outros.Popper,como eu,percebeu as claras dificuldades de se definir Kant como tal.

Popper diz:


Algumas verdades estabelecidas pelo senso comum devem ser destruidas,para que entendamos o que é de fato real.A passagem do saber filosófico profissional para o senso-comum,produz monstros,mas no plano dos grandes pensadores tais incompreensões aparecem também.

Tirando as categorias a priori é possível uma integração,pela experiência,entre sujeito e objeto.Quer dizer, é possível reformular a definição do papel histórico de Kant e apurar a sua classificação:Kant não é um racionalista como Spinoza,Hegel ou Descartes.Também não é um anti-racionalista.Tampouco um idealista subjetivo,como dizem os marxistas.A melhor denominação de Kant é que ele é “ criticista” ou criteriológico,pois estabelece parâmetros subjetivos para a abordagem do objeto,na verdade,constituindo-o.



Nenhum comentário:

Postar um comentário