A
análise prévia que sempre faço de Hegel é separar o Hegel da Fenomenologia do
da Ciência da Lógica.Separar o sentido da explicação,a essência da causa.
Nos
artigos anteriores sempre entrei dificuldade para dar um exemplo que pudesse
mostrar claramente a quem me lê esta diferença.
O
exemplo é semelhante àquele que Sartre oferece quanto à liberdade plena,sentida
pelo homem:uma vez ele disse que esta liberdade só é sentida quando a criança
recebe um presente(de natal
supostamente)dos pais,da mãe.Carlos Heitor Cony tem uma crônica sobre isto
aí,que Ana Maria Braga leu uma vez no seu programa.
Este
“presente” nos remete ao conceito de “presença” de Heidegger,ligação de que eu
vou tratar em outro texto.
Aqui
eu me atenho ao problema de exemplificação ,que não deixa de ter algo com
Heidegger.
Nesta
“metáfora” do presente,deste momento crucial,está a distinção entre o sentido e
a explicação.É lógico que toda a explicação pode se transformar em sentido e
vice-versa,mas há um momento em que as duas não se tocam:o momento presente,em
que se vivencia a liberdade,o bem-estar,fica na memória humana para os momentos
seguintes,cujas essências e significados se juntam para formar o sentido .Há
uma explicação multi-científica sobre estes momentos:os efeitos biológicos,as
emoções,o papel social,tudo,pode e deve ser explicado,mas é suficiente para a
vida, a existência,este encadeamento de essências.
A
explicação,o encontro da causa ajuda ,mas não é obrigatório ,diretamente
,para mudar a existência:não é preciso saber de biologia do cérebro,para
viver melhor.
Alguns
marxistas deviam entender isto de vez:não é preciso ler o Prefácio de 1857 para
ser melhor e mais justo.
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