domingo, 7 de janeiro de 2024

Um exemplo pedagógico(espero) Para entender Hegel

 

A análise prévia que sempre faço de Hegel é separar o Hegel da Fenomenologia do da Ciência da Lógica.Separar o sentido da explicação,a essência da causa.

Nos artigos anteriores sempre entrei dificuldade para dar um exemplo que pudesse mostrar claramente a quem me lê esta diferença.

O exemplo é semelhante àquele que Sartre oferece quanto à liberdade plena,sentida pelo homem:uma vez ele disse que esta liberdade só é sentida quando a criança recebe  um presente(de natal supostamente)dos pais,da mãe.Carlos Heitor Cony tem uma crônica sobre isto aí,que Ana Maria Braga leu uma vez no seu programa.

Este “presente” nos remete ao conceito de “presença” de Heidegger,ligação de que eu vou tratar  em outro texto.

Aqui eu me atenho ao problema de exemplificação ,que não deixa de ter algo com Heidegger.

Nesta “metáfora” do presente,deste momento crucial,está a distinção entre o sentido e a explicação.É lógico que toda a explicação pode se transformar em sentido e vice-versa,mas há um momento em que as duas não se tocam:o momento presente,em que se vivencia a liberdade,o bem-estar,fica na memória humana para os momentos seguintes,cujas essências e significados se juntam para formar o sentido .Há uma explicação multi-científica sobre estes momentos:os efeitos biológicos,as emoções,o papel social,tudo,pode e deve ser explicado,mas é suficiente para a vida, a existência,este encadeamento de essências.

A explicação,o encontro da causa ajuda ,mas não é obrigatório ,diretamente ,para mudar a existência:não é preciso saber de biologia do cérebro,para viver melhor.

Alguns marxistas deviam entender isto de vez:não é preciso ler o Prefácio de 1857 para ser melhor e mais justo.

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