sábado, 16 de agosto de 2025

Marx e Nietzsche dou um pouquinho a mão à palmatória

 

Discipulo ferrenho que fui durante muitos anos de Luckacs odiava Nietzsche e principalmente as relações entre ele e Marx.

O primeiro,no âmbito mesmo do marxismo,a estabelecer esta ligação,foi Franz Mehring,biógrafo de Marx.

O termo de ligação entre estes dois autores que junto com Freud constituem as três cabeças da contemporaneidade,é a questão do humanismo.

Ambos são críticos do humanismo,como uma abstração,que não é maior e mais importante do que os seres humanos vivos e concretos, “individuos concretos livres”,como dizia Marx em A Ideologia Alemã.

De igual maneira, Nietzsche inicia o seu périplo intelectual criticando a abstração e se voltando para uma expressão destes indivíduos concretos vivos,nas suas ações e movimento.

Eu penso que em Marx há ainda um ideal a orientar estes “ individuos”,em direção à utopia.Não comungo,pois,das visões radicais de Althusser,quanto ao “anti-humanismo” téorico.

Mas é fato que Marx se volta para este concreto,como o lugar da verdade e Nietzsche também.

O além do homem não é o homem superior,mas aquele que se evade deste curral,que é o humanismo,a abstração racional derivada e reprodutiva do conceito,deixando de lado este “ rebanho” geral sob a sua canga.

O além do homem é a perspectiva de cada subjetividade,que cria os seus valores e faz as suas escolhas sem a preocupação de se referenciar a estes modelos abstratos.

Mantenho uma certa crítica a Nietzsche quanto à Razão,mas reconheço que a abstração racional muitas vezes é vazia e só serve aos imperativos manipulatórios do poder e das convenções.

Mas a ligação ocorre quando ambos os autores questionam que a verdade esteja na abstração.

E quando elaboram as suas respectivas utopias.

quinta-feira, 7 de agosto de 2025

A segunda lei de termodinâmica de Boltzman

 

Continuando o meu trabalho sobre a História da Física,especialmente a dissensão entre visão de Einstein e a da teoria quântica,nós vamos tratar da Segunda Lei da Termodinâmica, na formulação de Ludwig Boltzmann, que está relacionada ao conceito de entropia e à probabilidade estatística dos estados físicos de um sistema.

O Enunciado Básico da Segunda Lei da Termodinâmica é:

A entropia de um sistema isolado nunca diminui; ela tende a aumentar com o tempo, atingindo um máximo no equilíbrio.”

Mas Boltzmann deu a esse princípio um fundamento estatístico, revolucionando a forma de entendê-lo.


1. O QUE BOLTZMANN FEZ DE DIFERENTE?

Antes de Boltzmann, a entropia era um conceito termodinâmico abstrato (de Clausius), sem uma base microscópica clara.

Boltzmann introduziu uma interpretação estatística da entropia: ele conectou o comportamento macroscópico (como temperatura e pressão) ao comportamento microscópico das partículas (como átomos e moléculas em movimento).

Carcaterística do periodo imediatamente anterior ao ano de 1905.Nós estamos tratando agora de probabilidades no campo da física,que até aqui era aceito por Einstein.

2. A FÓRMULA DE BOLTZMANN

A famosa fórmula gravada em sua lápide:

S=k⋅ln⁡WS = k \cdot \ln WS=k⋅lnW

Onde:

Microestado: uma configuração específica das partículas (posição e velocidade).
Macroestado: uma descrição global do sistema (ex: temperatura e volume fixos).

3. O QUE A SEGUNDA LEI DIZ, SEGUNDO BOLTZMANN?

Boltzmann mostrou que:

O estado de maior entropia (mais desordem) é também o mais provável.

Ou seja:

  • Sistemas tendem espontaneamente a evoluir para os estados mais prováveis — aqueles que possuem mais microestados possíveis.

  • O aumento da entropia é, então, uma questão de probabilidade: há muito mais formas de estar em um estado desordenado do que em um ordenado.


Exemplo clássico: Gelo derretendo

  • Gelo (estado ordenado) → poucas formas de organizar as moléculas.

  • Água líquida (estado desordenado) → muitas formas possíveis.

Logo, derreter é mais provável que congelar espontaneamente, pois a água líquida tem maior W (mais microestados), e portanto maior entropia.

Importante: Determinismo vs Probabilidade

A mecânica clássica é determinista. Mas a abordagem de Boltzmann é estatística:

  • Um sistema pode retornar a um estado de baixa entropia (por exemplo, um gás se recomprimir espontaneamente num canto do recipiente), mas a probabilidade disso acontecer é tão baixa que, na prática, nunca ocorre.


Em resumo:

A segunda lei da termodinâmica segundo Boltzmann afirma que:

  • A entropia mede a probabilidade de um estado.

  • Os sistemas evoluem naturalmente para os estados mais prováveis (com mais microestados), ou seja, de maior entropia.

  • O crescimento da entropia é uma consequência natural da estatística dos sistemas com muitas partículas.



terça-feira, 5 de agosto de 2025

Hitler, Stalin e Napoleão: Estrangeiros que Tomaram o Poder

 

Hitler, Stalin e Napoleão, figuras que marcaram a história pela ambição desmedida, possuem uma similitude frequentemente ignorada: eram estrangeiros no país que governaram. Adolf Hitler, nascido em Braunau am Inn, na Áustria, tornou-se o líder da Alemanha; Joseph Stalin, nascido em Gori, na Geórgia, assumiu o controle absoluto da União Soviética; Napoleão Bonaparte, nascido em Ajaccio, na Córsega, consolidou-se como imperador dos franceses. Este elemento de estrangeirismo não é detalhe biográfico isolado, mas componente importante de seu perfil de conquistadores.

Existem histórias romanescas de poetas ou figuras misteriosas,que chegam em cidades pequenas e açulam a curiosidade e o interesse de pessoas dentro delas.Estas pessoas,fora as mocinhas casadoiras,encontram neste “ estrangeiro”,um meio de saírem da repressão,de encontrarem uma fuga ou novas oportunidades

Foi o que se deu com estas três personagens:como estrangeiros eles não participavam do mainstream de cada país e fizeram alianças com grupos marginalizados ou oprimidos ou então com elites do país para construir um poder,naturalmente ditatorial em relação a outros setores da sociedade.

Ajuda neste périplo o fato de eles não serem notados ou considerados inicialmente como um perigo.Mas as circunstâncias se modificam e ajudam o dominio destes “ de fora”.

O caso de Napoleão é emblemático,porque ele era um aristocrata pobre que se aproveita da Revolução Francesa para subir,mas percebe no transcorrer dos fatos,que pode subir mais ainda e chegar ao topo.

Ele se alia aos setores corruptos da Revolução,oportunistas que diante da acefalia do período pós-jacobinos,tomam o poder,para reproduzir interesses somente.

Após conseguir um lugar ao sol neste contexto faz a mesma coisa que César fez em relação à Gália.

Faz uma promessa de invadir a Áustria e acabar com a contra-revolução,através da Itália ,para voltar como salvador da pátria.O projeto não dá certo ,mas é a base para o golpe de 1799.

Apesar deste fracasso e o do Egito,ele se lança como o fiel da balança militar de uma sociedade em desequilibrio e caminhando para uma outra acefalia.

Stalin ,como georgiano,era alguém à margem do poder.Os intelectuais do Partido Bolchevique o desprezavam por sua incapacidade teórica,o seu empirismo grosseiro.

Deram a ele um cargo meramente formal,de trabalho braçal,a secretaria geral,só para realizar uma triagem dos imensos problemas que se apresentavam diante do Partido.

Com este cargo Stalin tomou conta da administração,descortinando os seus meandros e se apossando dos instrumentos de governo,ajudado pela doença progressiva de Lênin,que o levou ,finalmente,à morte.

Mas o importante de Stalin é que ele reprimiu posteriormente e progressivamente os bolcheviques para se aliar a uma burocracia tradicional da Rússia.

Stalin,responsável pela proteção das nacionalidades,abandonou a sua,reprimiu o seu país em nome de um chauvinismo grã-russo,que perdura.

E finalmente,Hitler,tendo as mesmas facilidades dos outros dois,obteve apoio interno para proteger as classes altas do bolchevismo,como fizera Mussolini,na Itália e na Europa.

Usando argumentos raciais de direita logrou aceitação por parte destas classes.


Mas o elemento fundamental no caso dos três é o fato de eles não estarem no maisntream nacional e por isto puderam manobrar em direção a um poder absoluto.

As sociedades são governadas por um núcleo de poder que conforma a sociedade a seu bel-prazer,de acordo com seus interesses.

Mas existem grupos que querem sair desta “ conformação” e quando aparece alguém de forma,num periodo de crise ou de agitação politica ,a aliança com esta figura estrangeira,fora do nucleo funciona muito bem.

Às vezes,como vimos,a aliança é com o mainstream,mas nas revoluções se dá normalmente assim.







sábado, 2 de agosto de 2025

Não deseje morte pros outros não é feio E pode reverter para si

 

Com a minha independência e minhas realizações eu sabia perfeitamente que suscitaria ódio da parte de muita gente.Estou preparado para estas agressões e violências.

Mas uma coisa me chama a atenção:o desejo que eu morra.Isto é uma prova de que só me matando as minhas ideias e o meu trabalho acabam e não influenciam mais ninguém.

Aí não pautaria rádio nenhuma,o msn,o professor Lowy,a Folha de São Paulo e um monte de gente que fica atenta a mim no youtube.É o jeito.

Graças ao meu esforço,meu trabalho não é porcaria.Procuro fazer uma história da ciência;analiso questões relativas à liberdade de expressão individual;trabalho com a utopia;falo de filosofia profissionalmente e com grande complexidade;ciências e matemáticas eu analiso com acuidade.História,ciências politicas.

Tudo refinadíssimo e de alto nivel.Além do quê o fato de ,como eu disse, pautar órgãos de comunicação,que não me citam,prova a qualidade do meu trabalho.

Quem não tem interesse na minha atividade,como eu sobejamente tenho dito,passe ao largo,ignore ou aceite,que dói menos.

A minha luta é no sentido de provar que o esforço individual,de produzir conhecimento e trazer novas verdades e atualizações é legítimo e depende não de canudo,mas de esforço continuado.

Tem muita gente aí com certificado que não pega num livro e só cuida da carreira.

Sou capaz de discutir com qualquer um ,em qualquer instância,mas reconheço que alguams pessoas alcançaram um nível de reconhecimento, internacional inclusive,que eu não possuo.

Mas isto não me deprime,porque o que me interessa é esta produção de conhecimentos e de verdades,pelo menos para meu país.

Universalização e transcendência epocal são coisas mais dificeis de alcançar.Mas eu luto.