domingo, 7 de junho de 2020

Freud e o Pai VII


Os que têm e os que não têm
(psicopatologia da vida cotidiana aplicada aos comunistas).


Há um outro liame entre Freud e o marxismo e o comunismo.Este último,não parece ,mas está inserido na vida cotidiana.A psicopatologia da vida cotidiana ,de Freud e Breuer, traz para o proscênio não só a presença (dasein)da neurose como o conceito,a categoria do cotidiano.
A partir deste texto e da psicanálise subsequente tornou-se possível relacionar grandes fatos da vida e da história com este cotidiano,porque ele é o primeiro corte sério ,sócio-psicológico, sobre a sociedade.
Acusa-se muito Freud de não ter uma perspectiva social em seus escritos(bem como se o acusa  de muitas outras coisas),mas na verdade sempre se preocupou com o meio psicológico em que as neuroses surgem e se reproduzem,não  sendo verdade que a ele faltasse compreensão de que a família é um fenômeno social.
As neuroses surgem na família ,mas elas têm um impacto social evidente(e são influenciadas pela sociedade) e  afinal , a existência do social não elimina a família que continua no social e vice-versa,dialeticamente(talvez).
Algumas interpretações ,no entanto,viram em Freud um outro monismo cientificista que pretendia explicar tudo pela psicologia,pela psicanálise,inclusive a história ,a politica e a civilização.Foi por causa deste texto,” Psicopatologia da Vida Cotidiana”( e do " Mal-Estar") e não há razão para pensar isto de Freud.Mas foi por causa dele ,em função da condição propiciada, que surgiu a possibilidade,de unir estes fatos com uma mediação ,pela primeira vez,acessada in totum(se é possível)pelos cientistas e pesquisadores.

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