segunda-feira, 5 de julho de 2021

Assim como o Mal radica na Humanidade a melancolia também II

                                                                  esclarecimentos


Muita gente não cosneguiu entender o meu artigo anterior sobre esta questão e eu reconheço que usei muitas abstrações que fugiram à compreensão das pessoas nas redes.Reconheço também que isto fere o meu propósito de simplificar os meus artigos de modo a permitir que todo o arco social possa entendê-los,ou ,pelo menos,se esforçar.

Vamos lá explicar:eu fiz este artigo e às vezes penso que as pessoas já sabem certos conceitos ou relações de conceitos,mas ,como penso naqueles que não têm um previo conhecimento destas coisas,neste atual eu vou ter que mostrar.

O absoluto tão criticado no artigo anterior é relacionado com a dialética que se pretende como tal.Eu não explicitei isto aí.Na medida em que ela é fechada e expressa supostamente as leis do movimento, é um pretenso absoluto,racional e explicativo.

Porque a melancolia corresponde no caso da dialética ao principio de Kant “o mal radica na humanidade”?Porque a discussão sobre a dialética não comporta a questão axiológica(dos valores),mas só o problema do conhecimento.Indiretamente nós podemos fazer esta relação,mas a dialética dá a impressão de ser impermeável,como absoluto,aos limites e foi isto o que eu quis demonstrar com a questão da melancolia ,que é o reconhecimento([re-]conhecimento{gnosiologia}) da finitude humana,que por sua vez fundamenta e se conecta com a consciência que o homem tem de ser incapaz de alcançar,de outro lado, a infinitude do tempo,que se manifesta na constatação da finitude.Exatamente a consciência da finitude mostra que o homem ,condenado à morte,não vai alcançar o futuro,contido no conceito de infinitude.Isto prova uma dialética oposicional,mas não prova o movimento dialético(assunto para depois).

A melancolia ,como consciência da morte ,impõe um limite essencial na dialética hegeliano marxista que pensa resolver juntando no movimento o finito e o infinito,sem o conseguir.O movimento dialético absoluto não é apto a oferecer uma certeza deste tipo.

A certeza contida nestas proposições fundamenta o cientificismo e cria uma de suas mais perversas consequencias:a intenção da ciência(ou agora da ideologia cientificista) de substituir a religião,o que é também impossivel.Se a religião reconhece o fado da morte e oferece explicações,a ciência tem certeza de que supre as necessidades espirituais da melancolia ,o que gera distorções que eu vou discutir em outro artigo.

É como se fosse possível deixar de lado este sentimento,esta consciência,por uma razão cientifica.Spinoza falava em paixões tristes e alegres,mas ressaltav que o homem devia bsucar as últimas,sem afirmar o esquecimento total das primeiras.Esta visão da dialética parece suprimir as paixões tristes.

Eu tirei esta ideia daquele marxismo melancólico que Leandro Konder revela em Walter Benjamin.Eu o devia ter colocado,mas estou fazendo agora e vou aprofundar em artigos futuros,se houver...tempo.



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