sábado, 9 de abril de 2022

A questão do finito e do infinito

 

O problema da finitude e da infinitude,no seu sentido geral,sempre preocupou a humanidade.O episódio biblico da torre de Babel,com seu Rei tentando alcançar o céu,juntamente com outros mitos antigos,prova que a dúvida sobre a infinitude do universo era grande e real desde os primórdios.

E a tendência era acreditar na finitude.Com a s crenças em deuses e em Deus não era possível imaginar um universo que fosse inalcançável,incompreensível.Contudo o temor de Deus e dos deuses impunha uma certa noção de que Deus e o universo não podiam ser apreendidos também.

Pesquisadores modernos falam que em termos psicológicos havia sim uma infinitude admitida pelo homem,naturalmente identificada com a figura divina,em sua absoluta universalidade.Basta pensar no dom da ubiquidade atribuida a Deus(e aos deuses).

Contudo isto não era um problema para este homem antigo,exceto para os atomistas,mas estes viam um limite final e finalistico na subdivisão do Ser.É lógico,como sempre,que a problemática surgiu com a ciência moderna e esta ciência moderna não começa exatamente no Renascimento,mas antes dele,na Idade Média,quando muitos pensadores buscaram uma compreensão do universo,da natureza,uma compreensão completa e notaram ser isto impossivel.

Quanto mais a análise da natureza se fazia mais se percebia que outros problemas ,outras questões eram colocadas diante do pesquisador.

Este movimento se deu por mais de 600 anos e encontrou o seu ápice no século XVIII:a ciência,a investigação ,praticamente revelou a possibilidade de o infinito ser real,como conceito.Quer dizer a linguagem científica supôs esta realidade,ainda que (como até hoje)incomprovável.

Esta suposição poderia ter sido feita independentemente das conquistas da ciência?Independentemente do estudo da natureza?Os teólogos ,como Santo Agostinho,se referiam à vontade,à bondade infinita de Deus,mas não transferiam esta infinitude para a natureza.A natureza não podia ser maior do que Deus.Mas com a ciência moderna e a suposição, este infinito divino foi progressivamente questionado,limitado e igualado com a natureza,como é o caso de Spinoza.

A última tentativa de associar Deus com este infinito é Hegel,que,seguindo a teologia de Jacob Boehme,concomitantemente associa Deus com o mundo criado por ele ,destacando-o mas o condicioanando também pela dialética.

É um assomo final do conceito de piparote,do século XVI.Após a dialética a questão do movimento,da atualização,da presentificação ,se parte em muitas possibilidades.Como o tempo,o movimento se pluraliza e neste momento admite-se a suposta veracidade da adequação do conceito de infinito com o infinito real,objetivo.

Mas ,como o leitor percebe,esta afirmação contém uma contradição.Como se abarcará,pela linguagem o infinito?Resposta no próximo artigo.


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