O
fantasma do pai de Hamlet é uma metáfora.Os fantasmas de Macbeth são uma
metáfora,mas têm um significado psicológico sim,que mobiliza o corpo do
personagem,que deve transparecer nas suas ações e no seu rosto:uma angustia
muito séria que acompanha os ilegítimos e a ambição sem fundamento de poder.Como
vimos no artigo anterior.
O
fantasma do pai de Hamlet é uma metáfora porque o personagem(Hamlet)guarda a
sua racionalidade intacta diante das tarefas que lhe são exigidas.
O
complexo edipiano evidente,como notou Freud,revela a presença das emoções e
sentimentos,mas ele está no comando,o que não acontece em Macbeth,em que as
circunstâncias vão conduzindo o personagem para o desenlace fatal de sua trajetória,mostrando
também que a previsão das três “ bruxas” não era tanto assim,porque óbvia,exceto
pelo homem não nascido de mulher.
Hamlet
cumpre estas tarefas enfrentando dramas pessoais,crises de consciência e
sofrimento psicológico intenso,mas a
razão está lá,a guiá-lo.
São
dramas edipianos sim,avant la lettre .E nos remetem à impossibilidade de
Hamlet resolver estes conflitos(faltou um psicanalista).
Na
esfera do real a solução é sangrenta,como todo o nascimento:no fundo Hamlet é
semelhante a Lear,uma vez que está se tornando homem e independente.
Mas
uma coisa é resolver questões de estado,outra,familiares.
Pouca
gente nota isto em Hamlet:os problemas do estado se imbricam com os
familiares,como acontece nas monarquias.
Poderiamos
pensar num inicio de totalitarismo em Hamlet.
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