Em
outro artigo eu expliquei em pessent todos os fantasmas das peças de Shakespeare.Mas
eu quero fazer uma pergunta agora e contrapor dois deles:eles são fruto também
de alucinações por parte dos personagens?Ou seja pode-se fazer uma leitura
psicológica deles?
Na
minha opinião, o fantasma do pai de Hamlet é só
arte,só teatro.Não há psicose possível de identificar no aparecimento
diante do principe.Ele não está em alucinação.
Mas
no caso especifico de Macbeth não há como não ver um problema psicológico na
sua visão do rei deposto.
Mas
só o sentimento de culpa,de ilegitimidade,é suficiente?
De
modo geral o núcleo central de toda psicose é uma contradição interna,insolúvel
,que se espraia para a “ objetividade”.
No
caso de Macbeth é isto.Não vendo em si legitimidade para governar,ele começa a
ter delírios.Sentimento de culpa?Da mesma forma nós vemos algo semelhante no
aparecimento de César diante de Brutus no campo de Batalha e os delírios auditivos
de Ricardo III,no final de sua peça.
Estes
exemplos são psicóticos,não só artísticos,mas expressam uma compreensão empírica
avant la lettre ,da psicologia humana:não há uma explicação freudiana ou
junguiana,mas a experiência humana indica que em momentos de contradição
pessoal,culpa,medo extremo,imagens fictícias ,delírios aparecem para
aterrorizar estas pessoas.
Mas
por trás de tudo isto as razões politicas,pessoais,éticas assumem um papel
decisivo:o sentimento de culpa em Brutus,por ter matado seu pai;a ilegitimidade
do poder em Macbeth e o medo em Ricardo
III.
Existem
intersecções entre estas razões e a psicose?Próximo artigo.
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