sexta-feira, 10 de fevereiro de 2017

Meu encontro com Marx só.



Então pelo artigo anterior,Marx teria razão em acusar a crença religiosa,como consciência falsa,de prejudicar(digamos assim)de diversas maneiras o homem,que se desviaria de sua realidade material e concreta(como da verdade)?
Supondo que a crença é uma consciência falsa ,porque inadequada à realidade objetiva,criando um inexistente que “comanda” o sujeito,assim sim para o nada,qual o sentido do discurso da crença?Porque ele é tão persistente na história da humanidade?
Nietzsche,na segunda dissertação da “Genealogia da Moral” afirma,citando Spencer,que a busca do sujeito em adequar o discurso à realidade, o empobrece,pois o transvalorador,o que tem vontade de potência,usa o discurso para criar,para trazer algo novo ,sobre si e o mundo.
Talvez Nietzsche iguale religião e ciência,pois Deus  não existe,não muda o sujeito(e o sujeito não se muda por ele) e a ciência é objetiva e a insistência do sujeito no que ( não[porque o objeto é para o sujeito]) está fora dele, o empobrece,para dizer o mínimo.
A linguagem justificadora da crença não tem legitimidade objetiva,mas subjetiva,mas mesmo na subjetividade quais são os critérios pelos quais se explica a sua  persistência  e a sua eventual legitimação?
Retornamos à concepção de ideologia de Gramsci,para quem o falso é verdadeiro para a existência do crente.A sua formulação de Deus participa do seu existir,embora a prova objetiva seja impossível(e desnecessária para o crente).Participa enquanto emoções e sentimentos ,desejos e afetos na relação do homem com o mundo,o qual não é suficiente para suprir-lhe estas expectativas.
Não vou me referir ao já conhecido trecho da “ Filosofia do Direito” de Marx,o “respiro da criatura oprimida”,eu vou me referir às circunstâncias normais da existência humana.
Não há razão para festejar a finitude temporal e espacial do homem,mas será que tais limitações justificam a religião ou é só isso que justifica?Não basta,seguindo Wittgenstein,admitir a limitação do sujeito e só se ocupar com o que é?Não é suficiente?
Não é possível buscar na imaginação o que a realidade não nos dá?Respondo no próximo artigo.

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