domingo, 19 de fevereiro de 2017

Meu encontro com Marx só




A religião



Marx determina a religião como forma de consciência social falsa(ideologia[no entender dele])).
A religião surge, historicamente da dissolução da comunidade primitiva,onde predominavam os mitos.Os mitos são algo de diferente,porque eles são quase a realidade natural e social dos homens.Em termos históricos, desigualmente,este mito vai se dissolvendo,alcançando esta dissolução na Grécia,os níveis mais altos e definitivos.
Mas desde Jericó o processo religioso,de religação,em torno de valores,idéias e rituais especificos vai se formando e adquirindo significados diversos,inclusive a presença de uma certa racionalidade e de uma axiologia,cumprindo uma função de legitimação de poder entre as classes,nem sempre tranquila, em face dos processos politicos de manipulação.
Neste sentido as religiões são,desde sempre,um campo de batalha de idéias,valores e argumentos dentro ,já,de uma sistema (estatal) de poder.Quem não conhece a luta do politeísmo,mais afeito às sociedades aristocráticas, contra o monoteísmo,este que acabou por vencer ,historicamente(ainda que existam sobras no culto dos santos no catolicismo e dos deuses negros,no cultos afros).
A religião pode ter um papel compensatório quanto à frustração que a  finitude humana causa,mas ,historicamente,ela cumpriu um papel possível dentro das relações materiais de existência.Foi através dela que se estabeleceram  os critérios de “ justiça”,de distribuição de riquezas no interior da cidade,critérios questionados por outras concepções religiosas ou interpretações diversas no âmago delas próprias.
Nem sempre esta relação com as condições materiais foi  direta,mas guardava autonomia,na medida da busca de um novo discurso,de uma nova linguagem alternativa aos poderes dominantes,como se observa nos profetas judeus e nos inicios do cristianismo.
O caráter(também)revolucionário da religião
A partir desta premissa,como consciência falsa ou não o discurso religioso,multifacetado como é mostrado neste artigo, ocupa um lugar reacionário ou revolucionário,conforme as épocas e as conveniências políticas.
O Édito de Constantino em 333 d. C. É tido como uma vitória do cristianismo e  em parte isto só será verdade no futuro,porque o que ele permite em termos religiosos e materiais é que o escravo que cultua o deus do solstício de inverno,o Sol Invictus,(abaixo),guarde,ou seja,não trabalhe, no domingo,conforme uma reinvindicação milenar.Todos sabemos que pelo direito romano o patricio tinha o direito de utere et abutere quanto ao escravo.Quando este torna-se pelo menos intocável um dia,para pensar em si próprio,começa uma revolução sincrética que dará no cristianismo que nós conhecemos hoje,porque o cristianismo se juntará profressivamente a este culto atribuindo o dia do solstício,25 de dezembro o caráter de data de nascimento de Jesus Cristo.Então a religião,autonomamente, promove um progresso moral e espiritual na humanidade,no interior das relações materiais,das condições materiais de existência.



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