A religião
Marx determina a religião como forma de
consciência social falsa(ideologia[no entender dele])).
A religião surge, historicamente da dissolução da
comunidade primitiva,onde predominavam os mitos.Os mitos são algo de
diferente,porque eles são quase a realidade natural e social dos homens.Em
termos históricos, desigualmente,este mito vai se dissolvendo,alcançando esta
dissolução na Grécia,os níveis mais altos e definitivos.
Mas desde Jericó o processo religioso,de religação,em
torno de valores,idéias e rituais especificos vai se formando e adquirindo
significados diversos,inclusive a presença de uma certa racionalidade e de uma
axiologia,cumprindo uma função de legitimação de poder entre as classes,nem
sempre tranquila, em face dos processos politicos de manipulação.
Neste sentido as religiões são,desde sempre,um
campo de batalha de idéias,valores e argumentos dentro ,já,de uma sistema
(estatal) de poder.Quem não conhece a luta do politeísmo,mais afeito às
sociedades aristocráticas, contra o monoteísmo,este que acabou por vencer
,historicamente(ainda que existam sobras no culto dos santos no catolicismo e
dos deuses negros,no cultos afros).
A religião pode ter um papel compensatório quanto
à frustração que a finitude humana causa,mas
,historicamente,ela cumpriu um papel possível dentro das relações materiais de
existência.Foi através dela que se estabeleceram os critérios de “ justiça”,de distribuição de
riquezas no interior da cidade,critérios questionados por outras concepções
religiosas ou interpretações diversas no âmago delas próprias.
Nem sempre esta relação com as condições materiais
foi direta,mas guardava autonomia,na
medida da busca de um novo discurso,de uma nova linguagem alternativa aos
poderes dominantes,como se observa nos profetas judeus e nos inicios do
cristianismo.
O caráter(também)revolucionário da religião
A partir desta premissa,como consciência falsa ou
não o discurso religioso,multifacetado como é mostrado neste artigo, ocupa um
lugar reacionário ou revolucionário,conforme as épocas e as conveniências
políticas.
O Édito de Constantino em 333 d. C. É tido como
uma vitória do cristianismo e em parte
isto só será verdade no futuro,porque o que ele permite em termos religiosos e
materiais é que o escravo que cultua o deus do solstício de inverno,o Sol
Invictus,(abaixo),guarde,ou seja,não trabalhe, no domingo,conforme uma
reinvindicação milenar.Todos sabemos que pelo direito romano o patricio tinha o
direito de utere et abutere quanto ao escravo.Quando este torna-se pelo menos
intocável um dia,para pensar em si próprio,começa uma revolução sincrética que
dará no cristianismo que nós conhecemos hoje,porque o cristianismo se juntará
profressivamente a este culto atribuindo o dia do solstício,25 de dezembro o
caráter de data de nascimento de Jesus Cristo.Então a religião,autonomamente,
promove um progresso moral e espiritual na humanidade,no interior das relações
materiais,das condições materiais de existência.
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