“No
sentido que lhe é dado por Marx, ação pela qual (ou estado no
qual) um indivíduo, um
grupo, uma instituição ou uma sociedade se tornam (ou permanecem) alheios, estranhos, enfim,
alienados [1] aos resultados ou produtos de sua própria atividade (e à atividade ela mesma), e/ou [2]
à natureza na qual vivem, e/ou [3] a outros seres humanos, e – além de, e através de, [1], [2] e [3] –
também [4] a si mesmos (às suas possibilidades humanas constituídas historicamente). Assim
concebida, a alienação é sempre alienação de si próprio ou autoalienação, isto é, alienação do
homem (ou de seu ser próprio) em relação a si mesmo (às suas possibilidades humanas), através dele
próprio (pela sua própria atividade). E a alienação de si mesmo não é apenas uma entre outras
formas de alienação, mas a sua própria essência e estrutura básica. Por outro lado, a “autoalienação” ou alienação de si mesmo não é apenas um conceito (descritivo), mas também um apelo
em favor de uma modificação revolucionária do mundo (desalienação).”O trecho acima tirado do dicionário Bottomore de marxismo nos dá condições de analisar este conceito importantíssimo.Este artigo integra estudos preparatórios de um livro que estou terminando sobre a alienação,para reunir de vez as minhas conclusões sobre este tema.
grupo, uma instituição ou uma sociedade se tornam (ou permanecem) alheios, estranhos, enfim,
alienados [1] aos resultados ou produtos de sua própria atividade (e à atividade ela mesma), e/ou [2]
à natureza na qual vivem, e/ou [3] a outros seres humanos, e – além de, e através de, [1], [2] e [3] –
também [4] a si mesmos (às suas possibilidades humanas constituídas historicamente). Assim
concebida, a alienação é sempre alienação de si próprio ou autoalienação, isto é, alienação do
homem (ou de seu ser próprio) em relação a si mesmo (às suas possibilidades humanas), através dele
próprio (pela sua própria atividade). E a alienação de si mesmo não é apenas uma entre outras
formas de alienação, mas a sua própria essência e estrutura básica. Por outro lado, a “autoalienação” ou alienação de si mesmo não é apenas um conceito (descritivo), mas também um apelo
em favor de uma modificação revolucionária do mundo (desalienação).”O trecho acima tirado do dicionário Bottomore de marxismo nos dá condições de analisar este conceito importantíssimo.Este artigo integra estudos preparatórios de um livro que estou terminando sobre a alienação,para reunir de vez as minhas conclusões sobre este tema.
No passado tomei contato com uma
discussão decisiva lendo o livro de Leandro Konder “ Marxismo e
Alienação”,sobre se Marx havia deixado de lado o conceito de
alienação pelo de fetichismo da mercadoria.A alienação pela
reificação ou coisificação.Diriam os psicólogos,objetalização.Mas
na verdade todos estes termos indicam ,por sua polissemia,os diversos
e distintos conceitos envoltos no termo alienação.
Sob um prisma dialético,sob uma
lógica dialética ,talvez houvesse uma carapaça rigida que
facilitaria a nossa compreensão do fenômeno,mas e a polissemia
contribui para isto,a consciência da alienação introduz um caos no
processo de seu entendimento.
Se a consciência da alienação
não desaliena ,o fenômeno se impõe à humanidade?
Se alguém objetaliza o
outro,digamos,um homem que só considera a mulher a partir de seu
corpo ou um homem branco que considera uma raça inferior à sua
(modos [sociais]de objetalização])e busca manipulá-la tal
objetalização não é problema para ele e o é para quem é
objetalizado somente na medida em que ela se traduz em formas de
manipulação ou exploração(escravidão).A construção ,por parte
do negro,de sua auto-estima,o mais decisivo passo subjetivo de
superação desta objetalização que lhe é social e
psicologicamente imposta considera esta imposição,mas a transcende
,porque se assim não fosse,a inevitabilidade da dominação seria
confirmada,confirmando o preconceito,restando os processos sociais de
objetalização,objetivos,de fato,como a excludência.
Existem modos de alienação.Eu
escolhi a objetalização porque serve aqui melhor aos meus
propósitos iniciais de exposição do problema,mas tratarei dos
outros no artigos seguintes.
Já ,acima,pus o problema:a
consciência desaliena?Ça depend !O
processo de alienação se dá na relação com o mundo e consigo
mesmo.Na relação consigo mesmo avulta em importância relação
com a subjetividade e nesta mediação a auto-consciência
desaliena,como nós vimos acima em que a alienação significa
alinear-se das suas próprias capacidades,que não são
reconhecidas(ainda)pelo sujeito.E também no que tange à consciência
de algo que o separa de algo que é seu,pode sofrer desalienação se
for possível ,como vimos nos exemplos supra-citados,mas estes mesmos
exemplos demonstram que não é possível superar a alienação
social,a exclusão,pela consciência,mas pela atividade
social(politica[militância]),que não resulta de modo imediato.
Assim
sendo quero deixar claro que o processo de alienação não obedece a
uma lógica fechada(dir-se-ia dialética)em que tanto a consciência
e a relação com o mundo seguem um esquema rigoroso,monista ,pelo
qual se constrói uma regra de desalienação,mas depende das
condições empiricas complexas do mundo em que a desalienação
ocorre ou não,ocorre e retorna,se mantém ou se dilui,fatos que eu
vou abordar proximamente.
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