sábado, 30 de setembro de 2023

O padrinho Análise politica

 Há muito desejava escrever um livro de crítica e de análise sobre o “Padrinho”,conhecido filme que apresenta muitas possibilidades de compreensão e que no que tange à questão da politica e do poder oferece enormes conteudos de investigação.

Era minha intenção trabalhar com outro conceito,mas a chamada condição objetiva me impediu e vou transferir para outro momento esta outra análise que eu queria inicial.

O leitor pode ver o video agora clicando no link ou depois que eu apresentar a minha investigação.

Trata-se do momento em que ,após o assassinato de Sonny,Don Corleone convoca a reunião da “ Comissão” para fazer a paz,renunciando a toda a vingança.

Todos chegam a um consenso de controlar o tráfico ,mas ,e é isto que aparece no video,seu oponente direto Tataglia aventa a hipótese de que no momento em que Don Vito se sentisse forte novamente,arquitetaria uma vingança coletiva contra as familias( o que no filme ocorre).

Aí é que entra uma resposta que sempre me intrigou,mas que hoje,à luz da maturidade,eu compreendo perfeitamente:Don Corleone ,com dificuldade em provar a sua confiabilidade em aceitar o acordo de paz, usa de um elemento ultra-subjetivo,a superstição ,para convencer.

É bem verdade que o fato de ter renunciado antes à vingança ,por causa da morte do filho,há como embasar a sua credibilidade.

Contudo ele usa esta “ mediação” do imponderável,como algo seu,para retrucar ao seu adversário na mesma moeda:tem um outro filho que passa por um problema,causado pela guerra e que ele tem que defender.

Assim sendo ele se coloca num patamar igual ao de Tattaglia e encerra a questão:se ele não tem credibilidade o outro não tem.E aí fica tudo com dantes no quartel de Abrantes.Tudo fica adiado.

Na vida real da politica,muitas vezes,em situações de grande pressão,os politicos que foram grandemente responsáveis pela humanidade como um todo,sempre usaram a superstição para escantear o sufoco.

Foi assim com o Presidente Roosevelt ,no final da segunda guerra e com um outro aspecto essencial que recaía sobre ele:todo mundo sabia que o Presidente estava nas últimas.Ele o sabia.

Aceitou o quarto mandato pelo futuro e pelo que havia feito até então.

Mas usou ,segundo testemunhas,préstimos de videntes para “ determinar” quando ele “iria embora”.O objetivo disto aí era controlar as previsões de quem estava em volta e de quem queria se prevalecer do seu passamento,no “tempo certo” .

Era para “atacar” esta pressão e diluí-la.

Usaram estes truques Brejnev,nos anos oitenta e depois o Presidente Reagan,mas de um modo um pouco diferente.Assunto para o próximo artigo.



https://youtu.be/r6QNtrCBlP8


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