domingo, 27 de julho de 2025

A minoria comanda a maioria

 

A história da humanidade é marcada pela constante presença de um núcleo restrito de poder que determina os rumos da coletividade. Desde as primeiras organizações sociais até as complexas sociedades contemporâneas, verifica-se que a condução política, econômica e ideológica é frequentemente monopolizada por uma minoria dominante, enquanto a maioria permanece em posição de dominada. Essa distinção não é mera circunstância, mas sim resultado de um padrão estrutural que atravessa épocas, culturas e sistemas.

No passado o marxismo submetia tudo à questão de classe ,mas hoje,nós temos que entender este problema a partir da mediação autônoma do Estado.Não que a questão de classe tenha desaparecido.

No campo da política, Maurice Duverger contribui com uma leitura decisiva ao distinguir os governantes dos governados. Para Duverger, essa separação é essencial para compreender as dinâmicas institucionais e os mecanismos que perpetuam a concentração de poder. Os governantes, detentores dos instrumentos formais e informais de comando, moldam leis, normas e valores, enquanto os governados vivenciam os efeitos dessas decisões, com pouca ou nenhuma participação ativa na elaboração delas.

Nem sempre existe uma relação direta entre o Estado e as classes ou uma classe especificamente.

Essa relação está intrinsecamente ligada ao conceito de hegemonia, conforme elaborado por Antonio Gramsci. Para ele, a hegemonia vai além do domínio direto; ela opera através da construção de consenso e da naturalização de valores que favorecem a classe dominante,mas nem sempre ,digo eu.Há até um elemento técnico autônomo.

O poder, portanto, não se impõe apenas pela força, mas pela persuasão ideológica. É nesse terreno simbólico que se solidifica a liderança de uma minoria capaz de fazer parecer que sua visão de mundo é universal.



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