Vamos que vamos analisando a educação a partir destas duas figuras importantíssimas e que,a meu ver,não são anti-téticas,embora se queira favorecer o segundo,principalmente as correntes de esquerda,radicais.
A esquerda radical,dentro de seus chavões conhecidos,afirma ser Anisio um aliado da burguesia nacional,por causa da sua preocupação com a nação,um conceito “ burguês”.
Eu já analisei esta situação e entendo que um novo internacionalismo terá que considerar a nação.A esquerda radical só vê os operários e o “ mundo do trabalho”,entendido marxisticamente como “ aquele que produz mais-valia”.Ela não considera a classe média,deste ponto de vista como útil.
Mas como eu já provei, o critério de utilidade também joga um peso decisivo na sociedade e no fundo,no fundo,quando se faz uma crítica à casse media,faz-se em relação às profissões e a algumas outras,tidas como sem importância.
A principal das profissões liberais é a advocacia.Lênin se referia aos advogados das maneiras mais desairosas possíveis.E a crítica ao posicionamento da classe média incide sobre esta profissão.
No inicio da revolução russa pretendeu-se suprimi-la,mas depois,ao sobrevir o caos,foi chamada de volta para organizar a porcaria que os bolcheviques fizeram.
Na época de Stalin ,principalmente na segunda guerra,humilhações a estas profissões foram perpetradas pelos stalinzinhos de plantão.Shostakovitch foi bombeiro.
É verdade que na ideia comunista,exposta por Marx em “ A Ideologia Alemã”,o tempo livre permite que a pessoa tenha várias atividades e profissões,mas não está lá dito que tal liberdade era paar esculachar a classe média.
No final do regime soviético foram impingidas sanções semelhantes a um poeta como Brodsky,que tinha que carregar esterco no carrinho de mão.
Existe toda uma complexa acusação à classe média.A classe média moderna nasceu do próprio crescimento do capitalismo,que criou novas funções e necessidades.
Tal é um fenômeno objetivo(cultural mas objetivo),mas evidentemente que o seu incremento ajudou a burguesia e ela soube usá-lo a seu favor:a classe média é essencialmente nacional e reforçou a visão nacional original da burguesia(nós veremos depois como isto pode mudar e efetivamente mudou).
Mais do que isto .a classe média dificultou o processo revolucionário,como era entendido,por influência da revolução francesa,mas não apenas como efeito da complexificação da sociedade,mas também como pelo fato(negado pelas esquerdas radicais)de que a classe operária foi cooptada pela burguesia e pela classe média.
Toda a mitologia radical abomina a classe média,mas não vê que os “ produtores de mais-valia” se aliaram a ela.
É neste aspecto que Engels viu,no final da vida,o “ fim da revolução”,ou pelo menos,a modificação do seu modo de fazer. Continuo no próximo artigo.
Nenhum comentário:
Postar um comentário