Como
eu tenho manifestado sempre por aqui,para mim é uma pretensão qualquer pensador
,qualquer um ,acreditar que tudo começa com ele.Nietzsche dizer que a
metafísica é derivada de um erro e ,que portanto,toda ela é um erro.Comte
desqualificar a fase chamada por ele de “ metafísica” como fora da
realidade.Marx dizer que a filosofia do marxismo é o “ materialismo dialético”,que
rompe com o passado de pura interpretação.Tudo isto ,para mim,soou,muitas vezes,
como pretensão de querer despojar a história humana, a caminhada humana no
tempo,de verdade ,dentro dos limites impostos à vida do homem em todos os
períodos.
A
falsa impressão de que a ciência despoja a realidade de todos os véus místicos
,pela sua apresentação diante do sujeito,maculou os homens do passado de sonâmbulos,sem
muita certeza do que faziam,muito embora,aquilo que fizeram(Galileu,Copérnico)tivesse
sido essencial para se chegar ao mundo de hoje.
Este
falso despojamento atingiu as normas.O ser humano,livre destes véus,pode
agora,agir de acordo com a sua vontade soberana,sendo isto uma condição de
liberdade.Vemos isto refletido muito no pensamento de Adam Smith,com o seu “
Laissez Faire”.Mas encontramos também em Marx e Engels,no seu desprezo pelas
normas jurídicas.O seu fetichismo do estado não reconhece que as normas
precedem-no e que independentemente de sua estrutura,radicado na sua
consciência(Kant)está a norma.Se o ser humano não tivesse necessidade de
organização e normas a sociedade alternativa de 68 teria dado certo:a pura
repulsa aos governos seria eficaz.
Ao
fazer uma ligação entre O Ser em Geral,como problema ainda válido e a essência
no dasein ,presença,Heidegger recuperou a metafísica, racionalidade,sem,no
entanto,perder o direito crítico de mostrar-lhes os erros e descontinuidades.
A
unificação destes dois momentos se dá pelo tempo:o momento do “ isto”,da
presença,se une ao geral,sem perder a sua autonomia.Construo o meu sentido,no
presente,influenciado inexoravelmente pelo passado.Reformulo a compreensão
deste passado,no que é uma possibilidade de maior
autonomia(conhecimento=liberdade).Mas eu não destruo nada.A ruptura é somente a
diferença entre estes dois momentos e com relação a quaisquer outros.
A
mudança psicológica,e.g., para a fase adulta é,em última análise,o
reconhecimento de um novo momento,destacado do contexto social específico,que é
a família.Neste momento ela se torna cada vez mais passado e a adultez o presente,a possibilidade de novos momentos diferenciadores em relação a ele.
Então
a racionalidade que há no direito não é contrária ao dasein,mas interage com
ele.Segue Kant,que diz:” Não há liberdade([conhecimento]{digo eu})sem
direito(sem norma[eu de novo])”.
A
vinculação de Heidegger com Hitler se dá mais no plano dos direitos do povo
alemão do que no princípio da vontade.a vontade é o impulso para a luta contra
a opressão do direito,daquele que está pressionado de fora para dentro,seja
pela tecnologia,pelo estado ou por qualquer outro poder.
Assim
a filosofia informa a psicologia sem,no entanto,confundirem-se as
duas,revelando mais uma vez o caráter contínuo de experiência entre a racionalidade,o ser em
geral,o eu e a experiência,a psicologia, o ego,o presente,o tempo.
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