A experiência da morte é a do outro,naquele que já
possui consciência.Não assiste razão àqueles que fundam a vivência humana numa
não-experiência,a morte,pois ela é experiência. E é construída e modificada no
tempo ,na história.
O nascimento da consciência no homem primitivo e o “
desencantamento do mundo” no século XVIII são dois momentos decisivos deste processo
histórico-social,porque primeiro nasce a dúvida sobre a existência da morte e
no segundo a dúvida sobre a sua existência(da morte)!!!
Pela questão da morte
do “ Ser-para-a-morte” observamos um traço de união entre o
primitivo(com as aspas[agora])e o homem moderno(com também).Apenas o que muda é
a relação do homem com ela,na mesma medida da mudança operada entre o mito
antigo e a sua concepção atual,moderna(vá lá).
Mudam as concepções,mas não a sua certeza(?).Então a
certeza,mas não a sua experiência,individual,subjetiva,dirige esta última no
caminho da responsabilidade.Se a experiência da morte do outro é uma
,também,para nós,a responsabilidade continua
e a certeza é uma experiência,distinta da morte em si,mas atinente a
ela.
Medos,expectativas,curiosidades(que estavam no
outro)são mediações entre a vida e o seu fim.Não há porque pois transformar a
morte num transcendental,em algo que não nos toca.Nem muito menos torná-la um
fundante absoluto garantidor do sucesso da vida(por oposição ao
fracasso[Sartre]).
O sentido de nossa vida é construída pela consciência
da morte,mas a nossa consciência é a do outro;é porque nos é dita e
experienciada.E a dúvida sobre o fim continua.Logo a existência é um fracasso
na medida em que tomamos consciência de algo muito complexo,um espelho de
muitas imagens.
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