domingo, 7 de janeiro de 2018

A experiência da morte



A experiência da morte é a do outro,naquele que já possui consciência.Não assiste razão àqueles que fundam a vivência humana numa não-experiência,a morte,pois ela é experiência. E é construída e modificada no tempo ,na história.
O nascimento da consciência no homem primitivo e o “ desencantamento do mundo” no século XVIII  são dois momentos decisivos deste processo histórico-social,porque primeiro nasce a dúvida sobre a existência da morte e no segundo a dúvida sobre a sua existência(da morte)!!!
Pela questão da morte  do “ Ser-para-a-morte” observamos um traço de união entre o primitivo(com as aspas[agora])e o homem moderno(com também).Apenas o que muda é a relação do homem com ela,na mesma medida da mudança operada entre o mito antigo e a sua concepção atual,moderna(vá lá).
Mudam as concepções,mas não a sua certeza(?).Então a certeza,mas não a sua experiência,individual,subjetiva,dirige esta última no caminho da responsabilidade.Se a experiência da morte do outro é uma ,também,para nós,a responsabilidade continua  e a certeza é uma experiência,distinta da morte em si,mas atinente a ela.
Medos,expectativas,curiosidades(que estavam no outro)são mediações entre a vida e o seu fim.Não há porque pois transformar a morte num transcendental,em algo que não nos toca.Nem muito menos torná-la um fundante absoluto garantidor do sucesso da vida(por oposição ao fracasso[Sartre]).
O sentido de nossa vida é construída pela consciência da morte,mas a nossa consciência é a do outro;é porque nos é dita e experienciada.E a dúvida sobre o fim continua.Logo a existência é um fracasso na medida em que tomamos consciência de algo muito complexo,um espelho de muitas imagens.

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