domingo, 21 de janeiro de 2018

Platão e Heidegger



É claro que no caminho do homem é impossível obter um conhecimento completo se não houver um esforço real de alcançar a verdade,que é o realismo das idéias.Assim Platão concilia uma visão de perfeição,de conhecimento perfeito, com a passagem(do tempo)algo não-temporal,mas só alcançável pela reminiscência.
É como eu digo sempre:a metafísica sobrevive(falarei sobre isto mais minuciosamente em outro artigos) como racionalidade,mas como sistema fechado não dá para se sustentar realmente,como pensam os seus críticos futuros.
A verdade temporal é identificada com a doxa ,opinião,parcial ,sobre as coisas.A palavra doxa    tem muitos significados e foi o cristianismo que a valorizou,contra Platão(assunto para depois),mas ,factualmente ela está no tempo,na verdade do tempo,que dilui o mundo das idéias também.
O que fica de Platão são,como em todos os metafísicos,temas,como a universalidade das idéias,mas mesmo assim,há uma descontinuidade entre o logos a e realidade fugaz do tempo.
Por isto considero que a relação do Ser em geral com o tempo,em Heidegger é uma recuperação da filosofia,no sentido de que acrescenta criticamente novas verdades a  ela,a partir de categorias não só discursivas,mas igualmente reais,como o tempo.
Ele realiza o trabalho criativo de todos:identificar os erros do passado,ou limitações,para daí construir algo diferente ,novo,original.
Mas num tempo de intenso psicologismo,Heidegger depurou as suas intersecções filosofia/ciência  para deixar a primeira livre e pura.
Se Platão é ainda mitológico com a sua metempsicose,com a sua passagem, é anti-mitológico com o realismo das idéias.Contudo se este realismo não restitui de fato o mundo,ele ainda é,como todos,preso ao périplo de Ícaro.

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