É
claro que no caminho do homem é impossível obter um conhecimento completo se
não houver um esforço real de alcançar a verdade,que é o realismo das idéias.Assim
Platão concilia uma visão de perfeição,de conhecimento perfeito, com a passagem(do
tempo)algo não-temporal,mas só alcançável pela reminiscência.
É
como eu digo sempre:a metafísica sobrevive(falarei sobre isto mais
minuciosamente em outro artigos) como racionalidade,mas como sistema fechado
não dá para se sustentar realmente,como pensam os seus críticos futuros.
A
verdade temporal é identificada com a doxa
,opinião,parcial ,sobre as coisas.A palavra doxa tem muitos
significados e foi o cristianismo que a valorizou,contra Platão(assunto para
depois),mas ,factualmente ela está no tempo,na verdade do tempo,que dilui o
mundo das idéias também.
O
que fica de Platão são,como em todos os metafísicos,temas,como a universalidade
das idéias,mas mesmo assim,há uma descontinuidade entre o logos a e realidade
fugaz do tempo.
Por
isto considero que a relação do Ser em geral com o tempo,em Heidegger é uma
recuperação da filosofia,no sentido de que acrescenta criticamente novas
verdades a ela,a partir de categorias
não só discursivas,mas igualmente reais,como o tempo.
Ele
realiza o trabalho criativo de todos:identificar os erros do passado,ou
limitações,para daí construir algo diferente ,novo,original.
Mas
num tempo de intenso psicologismo,Heidegger depurou as suas intersecções filosofia/ciência
para deixar a primeira livre e pura.
Se
Platão é ainda mitológico com a sua metempsicose,com a sua passagem, é
anti-mitológico com o realismo das idéias.Contudo se este realismo não restitui
de fato o mundo,ele ainda é,como todos,preso ao périplo de Ícaro.
Nenhum comentário:
Postar um comentário