sexta-feira, 11 de maio de 2018

Acusações de subjetivismo às posições kantianas


Marx e o imperativo categórico


Muita gente nas hostes marxistas ,seguindo Marx naturalmente,acusam o kantismo de subjetivismo.Num certo sentido isto é verdade. A partir da análise do imperativo categórico,que funda a comunidade universal,nós podemos tirar duas conclusões.
Em primeiro,o que é o “ imperativo categórico”:É a base do comportamento moral que funda  as relações humanas mediatizadas pela norma e pelo direito(o certo e o errado).
“ Age segundo uma norma válida para ti e que o seja também universalmente”.
Mas além de fundar a ordem moral e o direito ,funda o formalismo,que perpassa,danificando estas duas mediações.O formalismo é a pura conformação dos elementos de uma realidade social.é o desenho das coisas.Todo formalismo tem o seu lugar em tudo o que existe ,mas ele sofre de uma patologia:a falta de conteúdos, a carência de substância.
Foi esta constatação que levou Marx a criticar a visão burguesa universalista,expressa no direito(burguês[se é que existe]{já veremos}).Ao tomar o poder a burguesia lançou um projeto político e social para todas as classes,mas encobriu as imensas desigualdades da realidade sob o vê ideológico(consciência falsa)da  eternidade  do sistema.E,por isso,não só não ajudou na realização da comunidade universal,mas também atuou contra ela,aberta ou veladamente.
É neste contexto que a crítica dos socialistas e de Marx aparece com o foro de verdade:há um subjetivismo(formal[ideológico]{consciência falsa})na filosofia(idealista[?])da burguesia ascensional;e eu digo que esta atitude é subjetivista(enquanto ideológica[consciência falsa])por acreditar neste equilíbrio entre o sujeito e a sociedade,por acreditar que o formalismo seja suficiente(aqui no Brasil democratas de esquerda e de direita afirmam sempre que basta o cumprirmento das leis para chegar ao socialismo e à utopia[ingenuidade jurídica]{idealismo moral /cristão?/}),por acreditar num modelo (subjetivo)para conformar este mundo complexo.
Contudo,antes que se vaticine o fim de Kant por causa disto,é preciso mostrar que a subjetividade,apesar e por causa das distinções do real(social principalmente)está inserida nesta problemática.A questão social,das diferenças de classe dentro da comunidade universal,não dilui a existência do sujeito,como consciência desta problemática,como problema  em si,como existência,para além das relações  sociais de classe.
O que o marxismo ortodoxo não entende nunca é que o eu,o sujeito,não se dilui nestas relações,guardando evidente autonomia.Ninguém precisa saber sociologia para viver uma existência.A compreensão sociológica ajuda na solução de problemas coletivos,mas não necessariamente(às vezes[não raro{a subjetividade é tocada ,mas não se reduz a ela}) muda a vida subjetiva,antes pelo contrário:esta preocupação explicativa gera,no mínimo,obsessões...
E,mais do que isto, a comunidade universal não passa necessariamente pela supressão(impossível)das desigualdades e distinções,sendo mesmo uma necessidade histórica,pelo viés do direito,da forma(acrescida de conteúdos[não são isto os direitos humanos?]),para garantir os direitos dos menos favorecidos e lutar,num campo de batalha civilizado,pela realização da utopia.
Então Kant não é subjetivista e a comunidade universal é caminho para a utopia(e para o socialismo[e o comunismo?).






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