Marx
e o imperativo categórico
Muita
gente nas hostes marxistas ,seguindo Marx naturalmente,acusam o kantismo de
subjetivismo.Num certo sentido isto é verdade. A partir da análise do imperativo
categórico,que funda a comunidade universal,nós podemos tirar duas conclusões.
Em
primeiro,o que é o “ imperativo categórico”:É a base do comportamento moral que
funda as relações humanas mediatizadas
pela norma e pelo direito(o certo e o errado).
“
Age segundo uma norma válida para ti e que o seja também universalmente”.
Mas
além de fundar a ordem moral e o direito ,funda o formalismo,que
perpassa,danificando estas duas mediações.O formalismo é a pura conformação dos
elementos de uma realidade social.é o desenho das coisas.Todo formalismo tem o
seu lugar em tudo o que existe ,mas ele sofre de uma patologia:a falta de
conteúdos, a carência de substância.
Foi
esta constatação que levou Marx a criticar a visão burguesa
universalista,expressa no direito(burguês[se é que existe]{já veremos}).Ao
tomar o poder a burguesia lançou um projeto político e social para todas as
classes,mas encobriu as imensas desigualdades da realidade sob o vê ideológico(consciência
falsa)da eternidade do sistema.E,por isso,não só não ajudou na
realização da comunidade universal,mas também atuou contra ela,aberta ou
veladamente.
É
neste contexto que a crítica dos socialistas e de Marx aparece com o foro de
verdade:há um subjetivismo(formal[ideológico]{consciência falsa})na
filosofia(idealista[?])da burguesia ascensional;e eu digo que esta atitude é
subjetivista(enquanto ideológica[consciência falsa])por acreditar neste equilíbrio
entre o sujeito e a sociedade,por acreditar que o formalismo seja
suficiente(aqui no Brasil democratas de esquerda e de direita afirmam sempre
que basta o cumprirmento das leis para chegar ao socialismo e à utopia[ingenuidade
jurídica]{idealismo moral /cristão?/}),por acreditar num modelo (subjetivo)para
conformar este mundo complexo.
Contudo,antes
que se vaticine o fim de Kant por causa disto,é preciso mostrar que a subjetividade,apesar
e por causa das distinções do real(social principalmente)está inserida nesta problemática.A questão social,das diferenças de
classe dentro da comunidade universal,não dilui a existência do sujeito,como
consciência desta problemática,como problema
em si,como existência,para além das relações sociais de classe.
O
que o marxismo ortodoxo não entende nunca é que o eu,o sujeito,não se dilui
nestas relações,guardando evidente autonomia.Ninguém precisa saber sociologia
para viver uma existência.A compreensão sociológica ajuda na solução de
problemas coletivos,mas não necessariamente(às vezes[não raro{a subjetividade é
tocada ,mas não se reduz a ela}) muda a vida subjetiva,antes pelo
contrário:esta preocupação explicativa gera,no mínimo,obsessões...
E,mais
do que isto, a comunidade universal não passa necessariamente pela
supressão(impossível)das desigualdades e distinções,sendo mesmo uma necessidade
histórica,pelo viés do direito,da forma(acrescida de conteúdos[não são isto os
direitos humanos?]),para garantir os direitos dos menos favorecidos e lutar,num
campo de batalha civilizado,pela realização da utopia.
Então
Kant não é subjetivista e a comunidade universal é caminho para a utopia(e para
o socialismo[e o comunismo?).
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