quarta-feira, 1 de dezembro de 2021

Os quatro santos rússia O povo universal II

 

Para Dostoievski e Tolstoi o que unificava o povo universal e a humanidade era o compromisso cristão,os valores cristãos.Tal os motivava.A minha perspectiva ,como de todo laico e republicano,é diferente,porque inclui todas as pessoas,não por sua fé religiosa(mas não a excluindo),mas por sua natureza social e por seus valores positivos de bondade e solidariedade.

Mas evidentemente que esta postura ,aparentemente democrática, cria contradições entre aqueles que não estão na religião e os que estão.

Além do mais,pela força que a religião tem,fica mais fácil imaginar que reunir as religiões todas é a solução da utopia do que uma luta constante para republicanizar ou laicizar o mundo e a sociedade.

Contudo,por mais que a religião tenha uma amplitude que nenhum outro movimento alcança,ela é sim,parte da sociedade e não ela toda.

Entre a religião e as pessoas que não são religiosas reside o problema todo da humanidade ,mas não porque a minoria de descrentes (ateus e agnósticos)quer ter mais poder do que a maioria,mas porque o direito de ser ou não qualquer coisa na sociedade se sobrepõe às exigências de qualquer grupo ideológico,pregando nela.

O que define evidentemente a pessoa é a forma prática pela qual ela prova a sua bondade ,o seu desejo de ajudar,o seu esforço em melhorar a vida da humanidade.

Mas eu não contraponho a religião ao humanismo ou ao materialismo histórico que só vêm caracterizações gerais e materiais da humanidade.

Não é a questão de ser um homem,coisa dificil de se definir e nem só um trabalhador ou um produtor,ou como queria o iluminismo,um homem dotado de razão cientifica,isto é,capaz de identificar as causas de um fenômeno e modificá-lo.

O homem,no sentido próprio do termo é aquele que tem a possibilidade real,material,de fazer escolhas,como qualquer outro homem.

O marxismo tem a limitação de não levar em conta este direito.O iluminismo supõe erradamente que a pura mentalidade racional e investigativa é capaz de conduzir a humanidade;e o humanismo idealiza.

Assim sendo o termo cidadania é mais apto a definir o que deve ser o homem daqui por diante:alguém que represente a intersecção entre a vida social objetiva e a consciência humana,no seu sentido mais completo,mais bem formado,que pode haver,sem estabelecer quaisquer barreiras,como é próprio de uma concepção republicana de cidadania.


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